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O francês Vincent Cassel e a brasileira Débora Bloch estrelam À Deriva, de Heitor Dhalia | Alexandre Ermel/Divulgação
O francês Vincent Cassel e a brasileira Débora Bloch estrelam À Deriva, de Heitor Dhalia| Foto: Alexandre Ermel/Divulgação

Enquanto por aqui o cinema brasileiro parece ter se reencontrado com o público (vide os sucessos de Se Eu Fosse Você 2, O Menino da Porteira e Divã), a safra de filmes nacionais de 2009 não tem exercido o mesmo impacto para as comissões de seleção dos principais festivais europeus.

Sem representantes na mostra competitiva de Berlim, no início do ano, agora foi a vez de Cannes anunciar, anteontem, uma competição que destaca cineastas com uma obra autoral, como Quentin Tarantino, Ang Lee, Pedro Almodóvar e Ken Loach, mas sem dar espaço para os autores brasileiros. Até agora, o único filme nacional anunciado em Cannes é À Deriva, de Heitor Dhalia (de O Cheiro do Ralo), incluído na mostra Um Certo Olhar.

Comparativamente, a edição de 2008 de Cannes recebeu dois longas-metragens nacionais na competição oficial: Linha de Passe, de Walter Salles, e Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles. Este ano, obras como Tempos de Paz, de Daniel Filho, Budapeste, de Walter Carvalho, No Meu Lugar, de Eduardo Valente, e Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho, além do próprio filme de Dhalia, eram cotadas para a mostra principal, mas acabaram de fora. "É incrível como a seleção deste ano está forte. A lista é impressionante, muito autoral. Foi uma grande coincidência toda essa gente terminar seu filme ao mesmo tempo. Acho que pode ter a ver com a crise financeira também, de todos correrem para acabar logo seus filmes", diz Heitor Dhalia, cujo À Deriva traz o francês Vincent Cassel, Deborah Bloch, Cauã Reymond, a norte-americana Camilla Belle e a estreante Laura Neiva no elenco.

"Eu sabia que estava muito concorrido entrar em qualquer uma das mostras. É por isso que estou muito feliz. E ainda vou ter a oportunidade de assistir a todos esses filmes. Entre as obras que Dhalia poderá ver na mostra competitiva de Cannes estão os novos filmes de Tarantino (Bastardos Inglórios), Loach (Looking for Eric), Ang Lee (Taking Woodstock), Almodóvar (Los Abrazos Rotos), Lars Von Trier (Antichrist), Alain Resnais (Les Herbes Folles), Johnnie To (Vengeance) e Michael Haneke (The White Ribbon), entre 20 longas-metragens.

Na corrida pela Palma de Ouro, apenas dois filmes são produções americanas (os filmes de Tarantino e de Lee) e nenhum é latino-americano. Fora de competição, serão exibidos em Cannes os últimos trabalhos de Terry Gilliam (The Imaginarium of Doctor Parnassus), Robert Guediguian (The Army of Crime), Alejandro Amenábar (Agora), Sam Raimi (Drag Me to Hell), e Michel Gondry (L’Epine dans le Coeur), entre outros.

O Festival de Cannes começa no dia 13 e segue até o dia 24 de maio. O filme de abertura será Up – Altas Aventuras, de Pete Docter, nova animação da Pixar. Já o encerramento ficará a cargo de Coco Chanel & Igor Stravinsky, de Jan Kounen.

O júri de longas-metragens de Cannes será formado pela atriz francesa Isabelle Huppert (presidente), pela diretora e atriz italiana Asia Argento, pelo diretor e ator turco Nuri Bilge Ceylan, pelo diretor sul-coreano Lee Chang-dong, pelo diretor norte-americano James Gray, pelo roteirista britânico Hanif Kureishi, pela atriz taiwanesa Shu Qi e pela atriz americana Robin Wright Penn.

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