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Nos últimos anos, os Barreto, influente e importante clã do cinema nacional, têm lançado os piores filmes do cinema nacional, a maioria dele dirigidos por Fábio Barreto, disparado o pior diretor brasileiro de todos os tempos, autor de "pérolas" como A Paixão de Jacobina, Belladona e o engavetado (de tão ruim) Nossa Senhora de Caravaggio, e indicado ao Oscar pelo razoável O Quatrilho – na família, vale absolver os trabalhos do irmão Bruno Barreto (Dona Flor e Seus Dois Maridos, Bossa Nova), um cineasta de verdade, apesar de um tropeço ou outro na carreira. Pois esse mesmo Fábio Barreto é o "diretor artístico" de Sonhos e Desejos, do estreante Marcelo Santiago, o pior filme brasileiro a ser lançado nos cinemas este ano, outra produção assinada pelo clã e que chega hoje a Curitiba.

Baseado no livro O Balé da Utopia, de Álvaro Caldas, o filme é ambientado no período ditatorial brasileiro, trazendo a história de três "revolucionários", vividos por Felipe Camargo, Mel Lisboa e Sérgio Marone. O primeiro é um professor universitário que cativa a segunda, uma estudante, e a leva para a luta armada. O último é um jovem bailarino, amante de Nijinski, que também aderiu à causa. Os três dividem um aparelho em Belo Horizonte e Mel – que vai ficar para sempre estigmatizada como a Anita da série de tevê – vira joguete sexual na cama dos parceiros, como já prevê a impagável frase do cartaz do filme – "Eles não resistiram ao fogo da paixão".

Santiago apresenta aqueles que se opuseram à ditadura de uma forma juvenil e inverossímil. Os diálogos do filme têm a intenção de serem sérios, profundos, mas provocam muitos risos pela forma empolada com que são declamados pelos fracos protagonistas, em péssimas e canastras atuações – não esqueça de conferir a hilária participação especial do português Ricardo Pereira (da novela Como uma Onda), totalmente deslocado em seu papel sem sentido. Cinema trash da mais involuntária qualidade. G

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