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Músicas de Itamar Assumpção serão interpretadas pela Isca de Polícia com convidados importantes na vida do compositor | Vange Milliet/Divulgação
Músicas de Itamar Assumpção serão interpretadas pela Isca de Polícia com convidados importantes na vida do compositor| Foto: Vange Milliet/Divulgação

Shows

O show Nego Dito será apresentado em três dias pela banda Isca de Polícia com quatro convidados – cada um dedicado a um momento da carreira de Itamar Assumpção. Saiba como será cada dia de apresentação:

Sexta-feira

Jards Macalé

O músico carioca canta composições suas e de Itamar, como "Estrupício" e "Pai Postiço", além de canções que gostavam de tocar juntos, como "Ai Que Saudades da Amélia" e "A Volta por Cima", que ficaram conhecidas na voz de Ataulfo Alves.

Sábado

Arrigo Barnabé e Serena Assumpção

Arrigo, que foi uma das principais influências para Itamar, acompanha a Isca de Polícia com a cantora e produtora Serena Assumpção, filha mais velha de Itamar. O repertório deve remeter à época do Teatro Lira Paulistana – fase inicial da vanguarda paulista da década de 80, quando Itamar lançou o primeiro disco, Beleléu, Leléu, Eu.

Domingo

Ná Ozzetti

A cantora fez várias parcerias com Itamar ao longo de sua carreira, incluindo a excursão que o músico fez com a Isca de Polícia na Alemanha. Devem ser apresentadas músicas ligadas à fase do disco Intercontinental. Quem Diria? Era Só o Que Faltava.

  • A banda Isca de Policia, formada pelos músicos Paulo Lepetit, Vange Milliet, Marcos da Costa, Jean Trad, Suzana Salles e Luiz Chagas, acompanhou Itamar em vários momentos de sua carreira

Alguns dos artistas que melhor conhecem a complexa obra de Itamar Assumpção (1949–2003) têm uma difícil missão a partir de amanhã, em Curitiba. Ao longo de três dias, a banda Isca de Polícia recebe os convidados Jards Macalé, Arrigo Barnabé, Serena Assumpção e Ná Ozzetti para um tributo ao músico paulista, que é um dos ícones da vanguarda paulistana da década de 80 e um dos mais inventivos artistas da música brasileira. No repertório dos três shows (veja quadro ao lado), que acontecem no Teatro da Caixa, estão músicas de diferentes fases da carreira de Itamar – todas apresentadas pela Isca de Polícia e pelos convidados, que tiveram papéis importantes na vida do músico.

Paulo Lepetit, um dos integrantes, conta que os músicos passarão por um repertório amplo de Itamar, que está na essência da sonoridade da banda. "O som veio, principalmente, da linguagem do Arrigo e do Itamar. A banda foi sendo atraída para essa linguagem. Cada músico que entrava tinha que absorvê-la, para daí interferir", conta. "Mas a gente foi construindo uma linguagem de banda, uma linguagem que já é da gente também. Então temos muito prazer em trabalhar sobre essa obra, que acaba sendo um pouco nossa, pelo tempo que trabalhamos juntos."

O primeiro a acompanhar a banda será Jards Macalé, um dos mais importantes artistas da MPB e amigo de Itamar. "Eu, com o maior prazer, participo. Itamar é uma grande figura humana, um tremendo de um compositor, um cantor particularíssimo", diz Macalé. Ele conta que eram frequentes as visitas à casa do amigo, em São Paulo, em que passavam horas cantando músicas de Ataulfo Alves – um dos cantores preferidos de Itamar. Macalé e Itamar chegaram a gravar juntos um disco voltado à obra do cantor. Algumas dessas músicas serão apresentadas no show.

Redescoberta

Lepetit explica que, assim como o show Nego Dito e o documentário Daquele Instante em Diante, de Rogério Velloso (em cartaz no Unibanco Crystal, em sessão gratuita), várias outras ações estão sendo feitas para divulgar a obra de Itamar – para ele, até então, "um pouco escondida" do público. "Sempre foi um pouco restrita. Agora tem tido muito disso. O lançamento de Caixa Preta [projeto do Selo Sesc que reuniu todos os álbuns de Itamar, incluindo dois inéditos, no ano passado], e vários trabalhos de estudantes. Tem um interesse novo pela obra. É uma redescoberta. Acho que tem muita gente para conhecer esta que é uma das grandes obras da música brasileira", diz Lepetit, para quem a grandeza do trabalho de Itamar favorece o interesse. "Não adianta fazer documentário se a obra não for consistente."

Macalé também comemora a visibilidade que o músico está tendo. "A obra é enorme. Agora é que se vê o quanto é grande o volume de trabalho dele", diz. O músico carioca conta que a divulgação do trabalho da geração de Itamar foi prejudicada pelo golpe militar de 1964. Hoje, no entanto, o momento é mais propício para que seu ineditismo seja descoberto pelo público. "Os espaços se modificaram. Tanto que, agora, pela internet e pela mídia geral, o trabalho de Itamar está mais visível", diz. "Toda uma geração, agora, está ouvindo, tomando ciência do assunto, conversando, vendo as letras, discutindo aquela forma musical altamente sofisticada, que é muito forte."

ServiçoNego Dito – Homenagem a Itamar Assumpção (confira o serviço completo dos shows), no Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Amanhã e sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. Os ingressos custam R$20 e R$ 10 (meia-entrada).

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