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Cena da peça "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas" | Divulgação
Cena da peça "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas"| Foto: Divulgação

Trilhas Sonoras de Amor Perdidas lotou a plateia do Teatro Bom Jesus, no domingo (3), em Curitiba. A montagem de Felipe Hirsch é a segunda parte da triologia "Som & Fúria", iniciada em 2000 com "A Vida é Cheia de Som e Fúria".

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Apesar da peça trazer um humor sutil, que satiriza tanto as histórias de amor quanto as particularidades dos aficionados por música, Trilhas Sonoras... não deixa de ser, através da nostalgia, um grande soco emocional do espectador. Isto porque é muito fácil se ver em algum dos dilemas que vive o personagem de Guilherme Weber: um jornalista e radialista que tem mania em construir listas de reprodução de músicas. Cada canção caracteriza momentos determinados, como caminhadas pela cidade ou a hora de dispensar uma namorada.

Namorada esta vivida por Natália Lage, que compartilha do mesmo prazer em montar e ouvir playlists em fitas cassetes. E é aí que a trilha sonora do relacionamento amoroso entre os dois personagens é criada. Quando eles não falam sobre música, encontram dificuldades para interagir.

Felipe Hirsch explora muito bem o universo da obsessão pela música. Uma obsessão romantizada, é verdade. É normal entre seus personagens a inquietude e a ansiedade ao viverem um momento em que a música que toca não alinha com os sentimentos do instante. A história se passa em Curitiba e tem poucas referências diretas à cidade, como a menção para a banda Beijo AA Força, a qual é descrita por Guilherme como "a melhor banda do país naquela época".

Ao longo das quase três horas de duração, é difícil prestar atenção em cada detalhe, cada referência musical feita no espetáculo. E nem é preciso. Há momentos que a peça faz o espectador (re) lembrar situações parecidas que já viveu, que pode levar a uma viagem interna desconcertante. Talvez, por isso, o público demonstre reações distintas (de bom humor a introspecção) em diferentes partes da trama.

Quando o espetáculo acaba, "Trilhas Sonoras..." já atravessou a chegada das novas tecnologias, da fita cassete ao mp3, e passando pelo CD-R, sem perder o gosto de montar uma mixtape. Afinal, nada melhor que entregar junto a uma carta ou mensagem de e-mail uma seleção de canções para alguém que pode ser um pequeno ou grande amor.

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