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Samantha (Claudia Raia) | Globo/João Miguel Júnior
Samantha (Claudia Raia)| Foto: Globo/João Miguel Júnior

Claudia Raia diz que as gravações da nova novela das sete da Globo, "Alto Astral", são pura diversão. Ela vive Samantha, uma paranormal charlatã que virou celebridade por suas previsões. No entanto, ao explorar seu dom, ela passou a não conseguir prever mais nada e caiu no ostracismo. A atriz lembra, ainda, que Samantha é louca e politicamente incorreta. A personagem odeia pobre, por exemplo. "No fundo, o que ela fala é inaceitável, mas é tão divertido que você acaba deixando passar "

Samantha teve um envolvimento no passado com Caíque (Sergio Guizé) e nutre uma paixão pelo médico, que também é médium. Ela tentará fazer o triângulo amoroso principal da trama, entre Caíque, Laura (Nathalia Dill) e Marcos (Thiago Lacerda), virar um quarteto. No entanto, o que mais chamará a atenção do telespectador é a frustração de Samantha por não ser mais rica e famosa.

Na novela "Ti-ti-ti", você fez uma personagem engraçada, a Jaqueline. Vamos ver outra faceta sua nessa linha?

CLAUDIA RAIA - A Samantha tem um DNA bem diferente da Jaqueline, que era de outra enfermaria de loucas. A gente vai desenvolvendo vários tipos de loucas no decorrer da carreira. A minha atual personagem mostra o melhor e o pior do ser humano. Ela chora, ela se joga no chão. É tudo muito hilário. É fazer comédia com tudo, de uma maneira muito verossímil.

Como é sua relação com a espiritualidade, um dos temas principais da trama?

CLAUDIA - Eu superacredito! Sou budista, mas sou espiritualista antes de qualquer coisa. Acredito em todas as formas de espiritualidade, acredito em vidas passadas, acredito que viemos com cargas de outras vidas e com uma missão determinada. Eu acho que você escolhe reencarnar.

É verdade que você tem um guru?

CLAUDIA - É "uma" guru. Ela se chama Cristina Fadul. É nela que eu me inspiro para fazer a Samantha. Observo a maneira como ela se comporta nas suas intuições, no ouvir vozes... Cristina recebe muitas mensagens e fala com os espíritos. Eu imito muito ela, pois a Samantha fala com os espíritos o tempo todo.

Seu laboratório para compor a Samantha é com a Cristina Fadul?

CLAUDIA - Sim, ela é minha amiga. Hoje é minha mãe postiça e minha mãe espiritual. Tenho certeza de que a Cristina foi minha mãe em outras vidas. Hoje, ela me dá inspiração e subsídios para eu criar a minha personagem. Mas a Samantha também tem coisas que tirei de outras pessoas, frases ou algo que copiei. Ela tem horror a pobre. Samantha fala que pobre é tudo melado e reclama que pobre gosta de beijar e abraçar.

Então Samantha é politicamente incorreta?

CLAUDIA - Totalmente! No fundo, o que ela fala é inaceitável, mas é tão divertido que você acaba deixando passar.

Você teme que o público rejeite a personagem ou que instituições espíritas façam queixas?

CLAUDIA - Não podemos ficar refém disso. Senão, ninguém faz mais nada. Sempre vai ter alguém para reclamar de alguma coisa. A novela é muito bem escrita e aborda de maneira muito séria a questão da espiritualidade.Leve, porém, com seriedade, como eu acho que é a espiritualidade.

Você ficou loiríssima para construir a identidade visual da personagem. Qual foi o motivo que levou a essa escolha?

CLAUDIA - Samantha é um pouco mais velha, mas quer parecer mais jovem. Então, tem um comportamento que mostra bem isso. É refém das massagens e dos tratamentos estéticos. Uma mulher assim tinha de ser loira (risos).

O figurino também mostra uma mulher que não quer envelhecer?

CLAUDIA - O figurino dela é muito bacana. É meio "vintage", meio puído, quase velho porque ela foi muito rica. Foi dona do melhor clube da cidade. Ela é uma ex-rica que ainda acha que é rica. Toma champanhe o dia inteiro. A personagem pega o dinheiro dos fiéis para ir para Paris (França) comprar joias. Tenham certeza, ela é convictamente doida! A personagem não entende porque o destino fez isso com ela. Samantha acha que é uma celebridade, mas, na verdade, ela não é mais. Por abusar da sua mediunidade ela perdeu seus "poderes". Mas... voltando ao figurino, ela usa peças que lembram roupas do Marrocos e da Índia e que têm tudo a ver com religiosidade. Ela usa pedras enormes, cristais que simbolizam energias espirituais. É uma hippie, mas uma hippie chique. É quase um figuro que deu errado. A gente foi até o limite do erro de propósito. Ela é uma mulher "over", sem limites, inclusive nas roupas.

As cenas em que Samantha participa do "Programa do Jô" e do "Domingão do Faustão" acontecem no passado ou no presente da personagem?

CLAUDIA - A Samantha foi ao Jô Soares e ao Faustão, ela foi uma celebridade. Na verdade, essas cenas são dela se assistindo. Ela revê suas participações e ela mesma se aplaude. Estou falando que ela é louca. Nessas situações, ela solta: "Eu vivi isso". Ela sente necessidade de rever isso porque não é mais famosa, não é mais convidada para ir a programas de TV.Você buscou alguma inspiração para fazer esse lado, de celebridade decadente?

CLAUDIA - Eu tenho várias referências, mas não é uma pessoa ou outra. É a minha pesquisa de atriz, informações que a gente vai armazenando. Um bom ator é um bom ladrão, que observa detalhes aqui e ali para juntar tudo e fazer um bom personagem.

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