De tempos em tempos, a Globo resolve mexer no Vídeo Show. Natural. Para um programa que está há tanto tempo no ar 31 anos , a renovação tem de ser uma meta constante. O problema é que nem sempre a emissora acerta.
Em 2009, o programa passou por uma grande reformulação. Saiu do núcleo do excelente Mariozinho Vaz, que tinha encontrado um bom caminho para a atração, e passou para Boninho. Querendo trazer um pouco da experiência do Estrelas, Boninho fez uma revolução. De cenário a conteúdo, de formato a vinheta, tudo mudou. E o resultado foi desastroso. O trio de apresentadores e o ar que lembrava um TV Fama da Globo não agradou.
Novo diretor, novo cenário, novos apresentadores e a despedida de André Marques e Ana Furtado marcaram o fim de 2013. Em outubro, uma nova tentativa foi ao ar: era quase um Vídeo Show 3.0. Zeca Camargo agora estava à frente do programa, que mais lembrava um talk show de fim de noite do que o velho Vídeo Show. Zeca, ao contrário do que se esperava, soou over e não agradou aos telespectadores. Resultado: entrevistas e tempos de estúdio foram enxutos e iniciou-se uma busca pela "antiga aura" da atração.
Os quadros que sempre fizeram sucesso voltaram ao ar, graças aos grupos de discussão. O "Túnel do Tempo", o "Novelão da Semana" e mais reportagens focadas nos bastidores das tramas. Depois, numa clara tentativa de diminuir a rejeição a Zeca Camargo, a Globo promoveu Otaviano Costa muito mais descontraído e natural à frente do programa a apresentador e lançou o ótimo quadro/game "8 ou 800", que tem como combustível a memória da televisão brasileira.
Em tempos mais antigos, os noveleiros de plantão vibravam com matérias que mostravam os efeitos que encerravam os capítulos das novelas, com uma entrevista com Dirceu Rabelo e os locutores reservas da Globo, além dos bastidores, "Falha Nossa" e curiosidades sobre as aberturas e novelas da casa.
Não adianta tentar mudar radicalmente. Afinal, o público gosta e quer o velho Vídeo Show. Aquele que se alimenta do baú da televisão brasileira e que se retroalimenta da programação que está no ar. Aquele cheio de "Falha Nossa", em que a repórter entrava ao vivo do Projac mostrando as gravações do último capítulo de Torre de Babel; aquele em que a essência era mantida, que tinha um único e puro objetivo: ser a memória viva da televisão brasileira.
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