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Com Star Wars III – A Vingança dos Sith, lançado nesta semana em vídeo e DVD, a saga intergaláctica iniciada por George Lucas em 1977 finalmente chegou ao fim – ou, melhor dizendo, ao meio, já que a primeira trilogia é cronologicamente posterior à segunda. A essa altura, é chover no molhado gastar precioso espaço editorial para explicar ao leitor a relevância da obra para a história da cultura pop. Vale, no entanto, lembrar que Guerra nas Estrelas (ou Star Wars IV – Uma Nova Esperança, como foi rebatizado) inaugurou o ciclo dos blockbusters modernos, que elevou os efeitos especiais à condição de principal chamariz de público.

Como A Ameaça Fantasma e O Ataques dos Clones, respectivamente primeiro e segundo episódios da saga, deixaram bastante a desejar, desapontando os fãs da série e levantando suspeitas sobre o real talento de Lucas como contador de histórias, havia no ar um certo ceticismo a respeito das reais possibilidades de A Vingança dos Sith fechar o ciclo com chave de ouro. Felizmente, o filme, maior bilheteria mundial em 2005, superou as expectativas mais otimistas.

Star Wars III não apenas é o melhor da segunda trilogia, como também é o mais consistente dos quatro episódios assinados por George Lucas – o grande filme da série permanece sendo O Império Contra-Ataca, de Irvin Kershner. Assim como em A Ameaça Fantasma e O Ataque dos Clones, é bastante visível a inabilidade de Lucas como diretor de atores e roteirista – seus diálogos continuam por vezes risíveis, principalmente os colóquios amorosos entre Anakin (Hayden Christensen) e a ex-rainha e senadora Padmé Amidala (Natalie Portman). Mas, como desempenhos dramáticos jamais foram o forte da saga, esses são deslizes perdoáveis frente às qualidades do seu capítulo final.

A Vingança dos Sith, para início de conversa, é visualmente deslumbrante. Os efeitos especiais digitais, que nos capítulos anteriores pareciam um tanto artificiais, são integrados à narrativa de forma mais orgânica neste episódio. E com extrema beleza e vigor. Os embates com sabres de luz e as cenas de vôo, do ataque inicial dos Jedi a um foco separatista ao feroz duelo travado nas dependências do Senado, tudo é realizado com tamanha maestria que o espectador esquece do enorme avanço tecnológico que representam. Tanto que o filme chega a superar as extravagâncias visuais de Guerra dos Mundos (de Steven Spielberg) e da trilogia de O Senhor dos Anéis (de Peter Jackson).

De quebra, apesar de alguns diálogos um tanto capengas, A Vingança dos Sith traz uma história bem-amarrada. As intrigas palacianas, que correm por conta da ambição desmedida e maquiavélica do senador Palpatine (o ótimo Ian McDiarmid), chegaram a ser interpretadas como uma espécie de "desomenagem" ao governo de George W. Bush. Possivelmente são.

É claro que o clímax do filme fica por conta da transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader, um dos melhores vilões do cinema de todos os tempos. Lucas acerta a mão ao conferir à seqüência um tom épico, ao mesmo tempo melodramático e aterrorizante, à altura do legado que sua saga representa para o entretenimento no século 20. GGGG

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