• Carregando...
 | Divulgação
| Foto: Divulgação

Concerto

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência do maestro John Neschling, faz única apresentação em Curitiba nesta semana. Saiba mais:

> Quando: terça-feira, dia 18, às 21 horas.

> Onde: Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Universidade Positivo).

> Quanto: R$ 60 e R$ 30 (estudantes e idosos). Assinantes da Gazeta do Povo contam com 20% de desconto na compra de até dois ingressos com preço de inteira (não-cumulativo com outros descontos).

> Pontos de venda: bilheteria do Teatro Positivo e serviço Disk Ingressos pelo telefone (41) 3315-0808, no site www.diskingressos.com.br e nos quiosques dos shoppings Muller e Curitiba.

> Classificação indicativa: livre.

Entrevista com o maestro John Neschling

Aos 54 anos, a Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) chega ao auge de sua qualidade. O principal responsável por isso é, sem dúvida alguma, seu diretor artístico, o maestro carioca John Neschling. Há 12 anos, ele administra a orquestra com mãos de ferro, o que a levou a figurar entre as dez melhores do mundo e rendeu-lhe o Grammy Latino em 2007 na categoria melhor álbum de música clássica.

Em sua gestão, foram implantados projetos importantes como o sistema de assinaturas anuais, em 2000, que atraiu mais de 12 mil paulistanos; a criação do Centro de Documentação Musical Maestro Eleazar de Carvalho; a Coordenadoria de Programas Educacionais; o Serviço de Voluntariado; e a editora de partituras Criadores do Brasil. Também foram estabelecidas parcerias com os selos BIS e Biscoito Fino para a gravação de mais de 30 CDs.

O maestro, que deixa a orquestra em 2010, ano em que renovaria seu contrato, por divergências políticas com membros da Cultura do governo José Serra, rege os músicos da Osesp em sua passagem por Curitiba, nesta terça-feira, dia 18.

O concerto faz parte da turnê brasileira que sucede as bem-sucedidas passagens pelos Estados Unidos e oito países europeus. Em entrevista concedida por telefone, de São Luís, Maranhão, Neschling fala sobre o repertório da orquestra – que mescla grandes obras da música clássica internacional com composições brasileiras – e sobre o futuro da instituição após sua saída.

Fale sobre a escolha do repertório para esta turnê. São composições bem diversas umas das outras, uma delas, brasileira.

É um dos diversos programas que estamos fazendo nesta turnê.

"A Abertura" é parte da ópera Força do Destino, de Verdi, que se transformou, tradicionalmente, em uma abertura de concerto muito apreciada pelo público, que demonstra o virtuosismo das cordas da orquestra. Segue-se o "Choro para Clarinete e Orquestra", de Camargo Guarnieri, um compositor que é muito privilegiado pela Osesp. Ele é um compositor paulista do século passado, que foi contemporâneo do Villa-Lobos e, justamente por isso, foi um pouco relegado, porque a figura de Villa-Lobos era muito avassaladora. O Camargo tem sido recuperado pela Osesp, gravamos diversas obras dele. Esse choro, que também recuperamos e também estamos editando, tem como solista um dos primeiros clarinetistas da orquestra, Sérgio Burgani. A "Sinfonia Nº 1 em Ré Maior – Titã", de Mahler, é uma das grandes obras do pós-romantismo austríaco-alemão, uma das mais importantes do repertório pós-romântico, com uma orquestra enorme, de 105 músicos, e faz parte do repertório tradicional da orquestra.

A Osesp já esteve em três continentes, em salas prestigiadas dos grandes centros mundiais. Mas também já tocou em concertos públicos em parques e praças do interior do Brasil. Há diferença em tocar para públicos tão distintos?

Não, o importante é tocar bem. Sempre há uma diferença em tocar numa praça, no teatro, na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina... Mas fundamentalmente o que o público quer ouvir é uma orquestra boa, tocando boa música. A gente sente a diferença na reação do público, mas não naquilo que tocamos.

Há uma preocupação da orquestra em atingir todos os públicos?

Há, claro. O próprio programa que estamos fazendo em praças e teatros denota preocupação de revitalização do acesso a esse tipo de linguagem. Não é necessariamente a popularização da música erudita, mas de seu acesso.

Você é diretor artístico da Osesp desde 1997. Desde então, a orquestra, que tinha uma boa qualidade, hoje está entre as dez melhores do mundo. A que atribui este salto?

Ao trabalho sistemático dos últimos 12 anos, de organização, disciplina, ao aprimoramento técnico que fez da orquestra o que ela é hoje. Não há fórmula mágica.

Como vê o futuro da Osesp com sua saída?

Com grande preocupação. Porque não vejo absolutamente nenhuma iniciativa, nenhum projeto de continuidade que leve em conta as peculiaridades da orquestra. Vejo uma inconseqüência total por parte dos responsáveis na condução. Falta de lucidez.

Não há possibilidade de negociações para que isso se reverta?

Não vejo nenhuma negociação.

Você já tem planos pós-Osesp?

Tenho diversos planos e convites, inclusive, para assumir outras orquestras. Mas ainda estou pensando no que vou fazer.

Você esteve em Curitiba no mês de agosto para reger o concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná nas comemorações dos 90 anos da Gazeta do Povo. Como percebe a música clássica feita aqui em relação aos outros estados?

Acho que o Paraná já é um estado privilegiado pelo fato de ter uma orquestra sinfônica, muitos estados no Brasil nem tem uma. Gostaria que tanto o governo da cidade como o do estado privilegiassem o máximo possível a Orquestra Sinfônica do Paraná para que ela se transforme, a exemplo do que é a Osesp, numa orquestra maravilhosa, que o Paraná e Curitiba merecem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]