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O discurso melancólico e lírico de Renato Russo  inspirou autores nacionais a escrever contos | FolhaPress
O discurso melancólico e lírico de Renato Russo inspirou autores nacionais a escrever contos| Foto: FolhaPress
  • Rodrigues: tributo de fã

A influência da Legião Urbana sobre corações e mentes no Brasil é fato inquestionável. As letras que Renato Russo (1960-1996) escreveu e cantou, das mais breves às mais extensas, estão gravadas no imaginário de meninos e meninas, jovens e adultos. Esse legado, resultado de 14 anos de atividade e oito álbuns de estúdio, repercute de muitas maneiras.

Hoje, a partir das 19h30, o escritor carioca Henrique Rodrigues, de 34 anos, autografa, na Livrarias Curitiba do Shopping Estação, o livro Como Se Não Houvesse Amanhã, lançado no último dia 27 de março, data em que Russo, se estivesse vivo, teria completado 50 anos.

A obra reúne 20 contos, cada um escrito por um autor brasileiro, a partir de uma canção da Legião Urbana. O projeto surgiu ano passado e, em um primeiro momento, não havia plano prevendo publicação.

Rodrigues, já faz tempo, costuma escrever poemas ou contos a partir de um quadro ou de um filme. Uma tarde, ele escutava o álbum Dois, da Legião Urbana, quando a canção "Acrilic on Canvas" sugeriu imagens e um enredo. Imediatamente, começou a escrever um conto.

2008 seguia e, seja por ligação telefônica ou por contato via e-mail, Rodrigues comentava com amigos-escritores a sua experiência de ter escrito um conto a partir de uma canção da Legião Urbana. Alguns prosadores, a partir de uma sugestão de Rodrigues, também escreveram contos tendo como ponto de partida alguma canção de Russo.

Quando se deu conta, Rodrigues tinha um livro. Como ele já havia sido editado pela Record, que publicou A Musa Diluída (poemas, 2006), ele procurou a editora, que aprovou a proposta.

Eco geracional

O escritor e organizador tem realizado uma turnê nacional para divulgar o livro. Ele passa por estados onde vivem autores que colaboraram com o projeto. Hoje é a vez da capital do Paraná, estado natal de Miguel Sanches Neto, colunista da Gazeta do Povo, que escreveu o conto mais extenso do livro, deflagrado pela canção "Me­­ninos e Meninas" – Sanches não participa do lançamento.

Rodrigues acaba de chegar de Porto Alegre, já esteve em Belo Horizonte e amanhã viaja para Florianópolis.

Ele tem muitos motivos para estar contente. A começar pelo fato de que a primeira tiragem, de 3 mil exemplares, esgotou. O escritor e organizador abre um sorriso e conta que, por enquanto, a antologia é um sucesso absoluto, aprovada pelos ex-integrantes da Legião Urbana, por fãs e pela crítica.

A boa recepção, analisa Rodrigues, deve-se ao fato de que todos os contos tratam de perda e separação, assuntos frequentes nas letras de Renato Russo. "Essa geração, que tem entre 30 e 40 anos, é triste, e essa tristeza foi captada com muito lirismo por Renato Russo. Talvez essa sensação, agora retrabalhada literariamente por esses autores, possa explicar a boa aceitação do livro", diz Rodrigues, acrescentando que os autores que participam do projeto, assim como ele, são fãs da Legião Urbana e de Renato Russo – portanto, melancólicos e, em alguma medida, líricos.

Serviço

Como Se Não Houvesse Amanhã. Livrarias Curitiba Shopping Estação (Av. Sete de Setembro, 2.775). Dia 27, às 19h30. Bate-papo e sessão de autógrafos com o escritor e organizador Henrique Rodrigues. O livro custa R$ 32,90. Entrada franca.

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