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O fotógrafo Sílvio Ribeiro orienta a aluna Maria Helena, de 10 anos | Diego Linke/Divulgação
O fotógrafo Sílvio Ribeiro orienta a aluna Maria Helena, de 10 anos| Foto: Diego Linke/Divulgação

Iniciativa - Saiba mais sobre o projeto Ver e Pensar Fotografia

Histórico

Iniciado no ano passado, o projeto Ver e Pensar Fotografia visa a ensinar técnicas fotográficas e desenvolver a linguagem visual em estudantes de escolas públicas, com o intuito de ampliar suas percepções sobre a realidade.

A iniciativa contempla escolas públicas, nas quais 20 estudantes, entre 10 e 16 anos, participam de 30 horas de atividades.

Ao final de cada etapa do projeto, as fotos produzidas pelos alunos são exibidas em exposições na escola e em um espaço público de grande circulação.

Em 2009, quatro escolas de Curitiba e região metropolitana participaram do Ver e Pensar Fotografia: Colégio Estadual República Oriental do Uruguai, Escola Municipal Albert Schweitzer, Colégio Estadual Arthur Ribeiro de Macedo e Escola Municipal Barão de Mauá (Colombo). Esta anos, o projeto já passou pela Escola Municipal Arco-Íris (Almirante Tamandaré).

Resultados

Entre os principais ganhos obtidos pelo projeto nas escolas estão:

Amplo interesse de alunos, pais e professores;

Interesse profissional na fotografia;

Novo olhar lançado para as áreas de lazer, áreas escolares e para equipamentos públicos cotidianos, resgatando o sentimento de pertencimento dos estudantes e estimulando a prática da cidadania;

Transformação dos jovens captadores de imagens em protagonistas, uma vez que percebem seu papel na sociedade.

  • Joseane da Luz: movimento e ludicidade
  • Jholy Walancy Xavier: silhuetas contra a luz
  • Thiago Gabriel Falcão Lopes: macrofotografia
  • Maria Helena dos Santos Ferreira: cotidiano e realidade
  • Fabiana Tamires Pinheiro: sobreposição de planos
  • Patrick Costa Menezes: natureza de perto

Em uma época em que os antigos álbuns de fotografias foram substituídos por pastas de arquivos digitais esquecidos em algum lugar do computador, o primeiro contato com uma câmera fotográfica parece ocorrer cada vez mais cedo.

Hoje, basta colocar uma máquina digital nas mãos de uma criança para que ela saia fotografando a torto e a direito. É o que se vê em festas familiares, aniversários e até nas escolas, onde a câmera, para muitas delas, é um brinquedo para ser levado no recreio.

Na Escola Municipal Arco-Íris, em Almirante Tamandaré, é bem diferente. São poucas as crianças cujas famílias têm câmeras fotográficas, quanto menos computadores para descarregar as imagens registradas. "Aqui a gente sempre trabalhou bem a escrita, o raciocínio, mas não a linguagem visual", conta a diretora Aurisete Nascimento.

A situação mudou após a passagem do projeto Ver e Pensar Fotografia, uma iniciativa do Instituto RPC, coordenada pelo criador da ideia, o fotógrafo Sílvio Ribeiro, editor do Departamento Fotográfico da Gazeta do Povo. "No ensino fundamental, as crianças geralmente aprendem a escrever e desenvolvem outras habilidades artísticas, como a pintura e a música, mas não há uma ênfase no trabalho com imagens, na leitura visual de uma fotografia, por exemplo", explica ele.

Com o intuito de estimular os sentidos dos estudantes e de desenvolver neles habilidades de percepção, criatividade e convívio social, a partir do ensino de técnicas básicas, Ribeiro uniu-se ao Instituto RPC para levar às escolas públicas um pouco do poder transformador da fotografia. Com início em 2009, as atividades do Ver e Pensar já passaram por cinco escolas de Curitiba e região metropolitana e até o final deste ano mais uma deve receber a equipe do projeto.

A premissa é simples: cerca de 20 estudantes, entre 10 e 16 anos, participam de 30 horas de atividades, que inlcuem oficinas teóricas, atividades práticas e, ao fim de cada semestre, uma exposição fotográfica com os melhores trabalhos de cada um. Em sala de aula, eles assistem a um slide­show de fotos profissionais e recebem a cartilha ABC da Fotografia, material gratuito e elaborado pelo coordenador do projeto. Apenas no terceiro encontro teórico é o que os participantes têm o primeiro contato com a câmera, uma Canon PowerShot A470 digital.

Devidamente monitorados pela equipe do projeto e pelos profissionais da escola que acompanham as atividades, os alunos saem para fotografar ao redor de onde estudam, cada um com uma câmera. "Não há qualquer interferência minha ou de quem quer que seja. Os alunos têm de fotografar usando apenas o modo manual da câmera, nada pode ser feito no automático. Cada câmera possui um cartão de 2 GB, que comporta cerca de 700 imagens. Eu apenas esclareço dúvidas técnicas que venham a surgir", ressalta o fotógrafo.

Olhares

Das imagens captadas pela vizinhança, surgem resultados que, muitas vezes, impressionam até os fotógrafos mais experientes. "Além da qualidade das fotografias, que é óbvia, o que nos deixa mais felizes é o desenvolvimento social dessas crianças. Elas são levadas a refletir e expressar sua criatividade a partir do próprio cotidiano, o que amplia a percepção sobre sua realidade", conta Denise Grilo, uma das integrantes da equipe pedagógica do Ver e Pensar.

"Eu gostei muito. Foi a primeira vez que mexi em uma câmera. Gostei de fotografar o céu azul, as flores e as gotas d’água. Meus colegas até vieram perguntar como eu fiz para tirar a foto que entrou para a exposição. Expliquei que só mirei bem e apertei o botão", conta Maria Helena dos Santos Ferreira, de 10 anos, aluna da 4ª série da Escola Municipal Arco-Íris, que encerrou, na última sexta-feira (2), a exposição dos trabalhos finais. Orgulhosa do trabalho, ela esbanja modéstia ao tentar adivinhar a nota de tiraria caso a matéria Fotografia passasse a integrar o currículo escolar, como o Português e a Matemática. "Acho que tiraria uns 5,0", chuta.

*As exposições realizadas ao fim de cada etapa do projeto estão à disposição das escolas que desejarem exibi-las. Para mais informações, entrar em contato com o Instituto RPC no telefone (41) 3321-5561.

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