Oficinas
Treinamento até para detentas
A cena mineira de teatro que desembarca hoje em Curitiba traz na bagagem técnicas e conceitos para ensinar, na forma de oficinas gratuitas que abordarão desde a preparação corporal até aulas práticas de construção e manipulação de bonecos.
A Companhia Brasileira de Teatro recebe uma delas em sua sede, Composições para a Cena, com o Grupo Espanca! Destinada a atores e estudantes, o minicurso trará exercícios físicos ideais para os momentos anteriores à entrada em cena e para a criação.
Diálogos Obscênicos Obscena será realizada no Centro de Regime Semi-Aberto Feminino, onde o objetivo é proporcionar a 20 detentas exercícios cênicos que estimulem a imaginação e o desejo de mudança. (HC)
Serviço
Composições para a cena, com o Grupo Espanca!
Local: Companhia Brasileira de Teatro (R. José Bonifácio, 135 Largo da Ordem). De 23 a 25 de junho, das 9 às 13 horas. Inscrições: nucleo.cultura@gmail.com
Elenco
Veja o grupo que atua em Congresso Internacional do Medo e que participou da criação coletiva da peça:
Alexandre de Sena (doutor José)
Gláucia Vandeveld (tradutora)
Gustavo Bones (Tusgavo Tapbista)
Izabel Stewart (Payá)
Marcelo Castro (Trumak)
Mariana Maioline (Reluma Divarg)
Marise Dinis (bailarina)
Sérgio Penna (bailarino)
"Provisoriamente não cantaremos o amor,/ que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos./ Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços (..)" escreveu Drummond no poema Congresso Internacional do Medo. Os versos deram ignição à terceira peça do grupo Espanca!, de Belo Horizonte (MG), que estreou o trabalho por lá em 2008 e agora chega a Curitiba como parte do Festival de Teatro Brasileiro Cena Mineira, hoje e amanhã, no Guairinha.
O nome da peça, homônima ao poema, dá uma pista do assunto de que trata. Quatro letrados, vindos de países imaginários e falando suas próprias línguas, são convidados a palestrar num simpósio em que devem explicar ou tocar de alguma forma no tema "medo".
E o medo da morte se prova algo que eles têm em comum, ainda que cada um mantenha sua idiossincrasia, que uma tradutora tenta interpretar.
Primeiro, sem sucesso: os palestrantes não se entendem, talvez porque não consigam ouvir uns aos outros. Então uma inversão ocorre, num momento bizarro-mágico que transforma o conteúdo da argumentação dos personagens. No lugar do medo e dos monólogos, eles iniciam um diálogo e acabam tocados pela generosidade.
"O congresso se torna quase um encontro do mundo, e, com imaginação, cria-se uma situação surreal", disse à Gazeta do Povo a diretora e dramaturga Grace Passô.
A criação coletiva, proposta por ela para esse trabalho, se tornou uma experiência ainda mais enriquecedora pelo fato de seis dos oito atores que compõem o elenco terem sido convidados especialmente para o projeto.
"A dramaturgia foi escrita ao longo do processo. Foi um projeto para trocarmos ideias com artistas", diz.
A peça é mais um capítulo da relação do Espanca! com Curitiba, que Grace define como uma "ligação afetiva". Em 2005, foi aqui que o grupo estreou sua primeira montagem, Por Elise, no Festival de Teatro. No ano seguinte, o grupo voltou com Amores Surdos.
E, na semana que vem, o Espanca! faz oficina na cidade (leia mais no quadro), poucos meses depois de experiência semelhante durante o útimo Festival de Curitiba, quando ministrou um curso de práticas de ideias teatrais. No momento, o grupo se dedica a programar as apresentações de seu recém-inaugurado espaço próprio, no centro de Belo Horizonte.
Intercâmbio
O Festival de Teatro Brasileiro ocorre desde 1999, como parte de um projeto patrocinado por Petrobras e Caixa Econômica Federal. Já levou peças das cenas baiana, cearense e pernambucana a diversos estados, em anos anteriores.
Nesta etapa paranaense, começou trazendo a Curitiba, em maio, O Negro, a Flor e o Rosário, e vai até julho, com Mania de Explicação.
Neste fim de semana, o festival traz ainda duas peças. Concessa Tecendo Prosa, no Guairinha, é um solo da atriz Cida Mendes, que roda o país há 13 anos. Ela interpreta uma dona de casa que se agarra a seu modo de ser interiorano, em plena cidade grande.
No José Maria Santos, o festival traz BarbAzul, com o grupo Teatro Andante, que apresenta o conto centenário com um misto de teatro, dança, música, drama e comédia.
E a cena paranaense, para onde vai? A boa notícia é que a meta dos organizadores do Festival de Teatro Brasileiro é promover a circulação de um dos estados do Sul no ano que vem. Fortes candidatos são os grupo paranaenses e gaúchos. "É muito importante termos o apoio do governo do estado que participará da mostra", avisa o coordenador do projeto, Sergio Bacelar.
Serviço
Congresso Internacional do Medo. Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7900. Direção de Grace Passô. Dias 23 e 24, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).
BarbAzul. Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655), (41) 3322-7150. Classificação indicativa: 10 anos. Dias 25 e 26, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).
Concessa Tecendo Prosa. Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7900. Dia 25 e 26, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).
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