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O monólogo Concessa Tecendo Prosa está há 13 anos na estrada | Cuia Guimarães/Divulgação
O monólogo Concessa Tecendo Prosa está há 13 anos na estrada| Foto: Cuia Guimarães/Divulgação

Oficinas

Treinamento até para detentas

A cena mineira de teatro que desembarca hoje em Curitiba traz na bagagem técnicas e conceitos para ensinar, na forma de oficinas gratuitas que abordarão desde a preparação corporal até aulas práticas de construção e manipulação de bonecos.

A Companhia Brasileira de Teatro recebe uma delas em sua sede, Composições para a Cena, com o Grupo Espanca! Destinada a atores e estudantes, o minicurso trará exercícios físicos ideais para os momentos anteriores à entrada em cena e para a criação.

Diálogos Obscênicos Obscena será realizada no Centro de Regime Semi-Aberto Feminino, onde o objetivo é proporcionar a 20 detentas exercícios cênicos que estimulem a imaginação e o desejo de mudança. (HC)

Serviço

Composições para a cena, com o Grupo Espanca!

Local: Companhia Brasileira de Teatro (R. José Bonifácio, 135 – Largo da Ordem). De 23 a 25 de junho, das 9 às 13 horas. Inscrições: nucleo.cultura@gmail.com

Elenco

Veja o grupo que atua em Congresso Internacional do Medo e que participou da criação coletiva da peça:

Alexandre de Sena (doutor José)

Gláucia Vandeveld (tradutora)

Gustavo Bones (Tusgavo Tapbista)

Izabel Stewart (Payá)

Marcelo Castro (Trumak)

Mariana Maioline (Reluma Divarg)

Marise Dinis (bailarina)

Sérgio Penna (bailarino)

  • Congresso Internacional do Medo: montagem do grupo Espanca! busca vencer a incomunicabilidade
  • BarbAzul: conto centenário em versão mais séria, que mistura teatro, dança e teatro

"Provisoriamente não cantaremos o amor,/ que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos./ Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços (..)" escreveu Drummond no poema Congresso Internacional do Medo. Os versos deram ignição à terceira peça do grupo Espanca!, de Belo Horizonte (MG), que estreou o trabalho por lá em 2008 e agora chega a Curitiba como parte do Festival de Teatro Brasileiro – Cena Mineira, hoje e amanhã, no Guairinha.

O nome da peça, homônima ao poema, dá uma pista do as­­sunto de que trata. Quatro letrados, vindos de países imaginários e falando suas próprias lín­­guas, são convidados a palestrar num simpósio em que devem explicar ou tocar de alguma forma no tema "medo".

E o medo da morte se prova algo que eles têm em comum, ainda que cada um mantenha sua idiossincrasia, que uma tradutora tenta interpretar.

Primeiro, sem sucesso: os palestrantes não se entendem, talvez porque não consigam ouvir uns aos outros. Então uma inversão ocorre, num mo­­mento bizarro-mágico que transforma o conteúdo da argumentação dos personagens. No lugar do medo e dos monólogos, eles iniciam um diálogo e acabam tocados pela generosidade.

"O congresso se torna quase um encontro do mundo, e, com imaginação, cria-se uma situação surreal", disse à Gazeta do Povo a diretora e dramaturga Grace Passô.

A criação coletiva, proposta por ela para esse trabalho, se tornou uma experiência ainda mais enriquecedora pelo fato de seis dos oito atores que compõem o elenco terem sido convidados especialmente para o projeto.

"A dramaturgia foi escrita ao longo do processo. Foi um projeto para trocarmos ideias com artistas", diz.

A peça é mais um capítulo da relação do Espanca! com Curitiba, que Grace define como uma "ligação afetiva". Em 2005, foi aqui que o grupo estreou sua primeira montagem, Por Elise, no Festival de Teatro. No ano se­­guinte, o grupo voltou com Amo­­res Surdos.

E, na semana que vem, o Es­­panca! faz oficina na cidade (leia mais no quadro), poucos meses depois de experiência semelhante durante o útimo Fes­­tival de Curitiba, quando ministrou um curso de práticas de ideias teatrais. No momento, o grupo se dedica a programar as apresentações de seu recém-inaugurado espaço próprio, no centro de Belo Horizonte.

Intercâmbio

O Festival de Teatro Brasileiro ocorre desde 1999, como parte de um projeto patrocinado por Petrobras e Caixa Econômica Federal. Já levou peças das ce­­nas baiana, cearense e pernambucana a diversos estados, em anos anteriores.

Nesta etapa paranaense, co­­meçou trazendo a Curitiba, em maio, O Negro, a Flor e o Rosário, e vai até julho, com Mania de Ex­­plicação.

Neste fim de semana, o festival traz ainda duas peças. Concessa Tecendo Prosa, no Guairinha, é um solo da atriz Cida Mendes, que roda o país há 13 anos. Ela interpreta uma dona de casa que se agarra a seu mo­­do de ser interiorano, em plena cidade grande.

No José Maria Santos, o festival traz BarbAzul, com o grupo Teatro Andante, que apresenta o conto centenário com um misto de teatro, dança, música, drama e comédia.

E a cena paranaense, para onde vai? A boa notícia é que a meta dos organizadores do Festival de Teatro Brasileiro é promover a circulação de um dos estados do Sul no ano que vem. Fortes candidatos são os grupo paranaenses e gaúchos. "É muito importante termos o apoio do governo do estado que participará da mostra", avisa o coordenador do projeto, Sergio Bacelar.

Serviço

Congresso Internacional do Medo. Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7900. Direção de Grace Passô. Dias 23 e 24, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).

BarbAzul. Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655), (41) 3322-7150. Classificação indicativa: 10 anos. Dias 25 e 26, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).

Concessa Tecendo Prosa. Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7900. Dia 25 e 26, às 20 horas. R$10 e R$5 (meia).

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