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Volante Claiton é uma das novidades no time de Antônio Lopes. Furacão precisa vencer para respirar | Pedro Serápio / Gazeta do Povo / Arquivo
Volante Claiton é uma das novidades no time de Antônio Lopes. Furacão precisa vencer para respirar| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo / Arquivo

Elfos, bruxos e outros seres invadiram de vez os livros. A chamada literatura fantástica ganha cada vez mais adeptos – em sua grande maioria adolescentes, transformados em recém-leitores sedentos para embarcar em mundos diferentes e cheios de magia.

De acordo com Ítalo Calvino, em seu livro Contos Fantásticos do Século XIX, o que define a essência da literatura fantástica é o confronto entre a realidade do mundo que conhecemos através da percepção, e a realidade do pensamento – aquilo que imaginamos. "Dessa ‘trombada’ entre o real e o imaginário, entre o cotidiano e o ‘quem sabe seja possível’, surgem as histórias de outros mundos, de seres fantasiosos, de acontecimentos sobrenaturais", explica Rosana Rios, autora de livros fantásticos, professora de oficinas sobre o tema e coordenadora de um grupo de estudos desse gênero literário.

Entre os grandes sucessos que fascinam os leitores juvenis, reinam em absoluto a série de J. K. Rowling, do bruxo adolescente Harry Potter; as histórias de dragões da Trilogia da Herança (Eragon e Eldest), de Christopher Paolini; e o clássico O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.

Este último, de acordo com Rosana Rios, serviu de inspiração para várias gerações de autores, inclusive para a criação da história do bruxinho de Hogwarts. "Há muitas obras que se espelham em pioneiros como Tolkien, que criou o mundo das suas histórias para criar também outros universos com características próprias e seres que habitariam neles. Isso é comum ainda entre autores de ficção, que podem idealizar um planeta (ou vários) e escrever de acordo com as leis que regem o local criado", explica.

Mas engana-se quem pensa que essa literatura de magia é modinha da atualidade. Na verdade, há muitos clássicos fantásticos na literatura mundial. "Já começa com a Odisséia. E há inúmeros autores também, como Edgar Allan Poe e tantos outros em épocas diferentes. No Brasil, pode-se dizer que nosso primeiro fantástico foi Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo", afirma Helena Gomes, jornalista, autora de livros fantásticos e professora de Jornalismo Literário na Unimonte-SP.

E o que dizer de O Pequeno Príncipe e O Mágico de Oz? "São obras consideradas ficção fantástica clássica, dedicadas ao público juvenil e com toques filosóficos. O mesmo pode ser dito de O Mundo de Sofia, O Menino do Dedo Verde, A Fantástica Fábrica de Chocolate...", relembra Rosana.

E por falar em Brasil, há muito dessa literatura por aqui. Não só os autores estrangeiros curtem os mundos paralelos e seres estranhos. Grandes exemplos disso são vários livros de Júlio Emílio Braz, Marina Colasanti e Lygia Bojunga Nunes.

Entre as obras de Rosana Rios, destaque para O Último Portal, da série Segredo das Pedras. "Grande parte dos meus livros lida com elementos de fantasia. Esse fala de um mundo subterrâneo, onde as leis são bem diferentes, mas que podem influir no nosso mundo", conta.

Helena Gomes também tem magia para dar e vender: "Acredito que uma história, mesmo sendo de literatura fantástica, sempre trará questões importantes, muitas vezes nas entrelinhas. Literatura fantástica não é sinônimo de escapismo e alienação. Minhas histórias, por exemplo, falam dos dilemas que todo ser humano vive, abordam questões sociais, discutem preconceitos, tratam das diferenças entre culturas, enfim, utilizam temas que merecem uma reflexão. Nem que esses temas venham ‘disfarçados’ numa história que se passa em um mundo distante".

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