Antonio Márquez, de 45 anos, transita do flamenco à escola bolera, incluindo o clássico espanhol| Foto: Divulgação/Verinha Walflor

Curitiba recebe, no palco do Guairão, nestes sábado (20) e domingo (21), um espetáculo de dança assinado e com performance do bailarino espanhol Antonio Márquez. Trata-se de Antonio, El Embrujo de La Danza, uma narrativa rítmica que presta homenagem e recupera, de maneira sintética, a trajetória de Antonio Ruiz Soler (1921-1996), um dos mais importantes bailarinos da Espanha, mestre de Márquez na Escola de Ballet Nacional da Espanha.

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Em cena, além de Márquez, 14 bailarinos, um guitarrista, dois vocalistas (um cantaor e uma cantaora) e um percussionista. Serão 14 coreografias em uma apresentação de quase duas horas, com um intervalo de 15 minutos. "E não se trata apenas de flamenco", explicou Antonio Márquez, em entrevista à Gazeta do Povo. O homenageado, Antonio Ruiz Soler, foi um bailarino completo, que transitava por vários estilos.

"Então, nesse espetáculo, o roteiro contempla coreografias que incluem flamenco, escola bolera, clássico espanhol, entre outras possibilidades da dança", diz o bailarino.

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Ponte Brasil–Espanha

Ano passado, Márquez percorreu o Brasil com uma outra turnê, que também incluiu Curitiba. Desta vez, são 12 cidades na trajetória. Márquez, a partir dessa peregrinação pelo território brasileiro, elabora uma reflexão sobre os pontos de contato entre o Brasil e a Espanha – a partir da dança.

"Na Espanha, a cada 20 quilômetros há um folclore e a sua respectiva dança peculiar. Então, no sul, existe o flamenco, em outras regiões, escola bolera, e assim por diante. No Brasil, também percebo manifestações diversas em cada região. Daí, talvez a explicação de por que sou tão bem recebido aqui e por que os brasileiros gostam tanto da dança espanhola. Na diversidade, somos parecidos", afirma.

Márquez, nascido em Sevilha em 1963, debutou na dança aos 12 anos e, desde então, segue continuamente a bailar. Em 1981, migrou para Madri e ingressou na tradicional Escola de Ballet Nacional da Espanha. Formou a companhia que leva o seu nome em 1995 e conquistou uma verdadeira coleção de prêmios.

O seu passaporte revela algumas voltas ao redor do planeta, nos mais variados palcos. Márquez, a partir dessa vasta quilometragem, enfatiza que o público de Curitiba é um dos mais receptivos – em âmbito planetário.

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"Não sei explicar o porquê, mas Curitiba me recebe com muito amor e entusiasmo. Ano passado, a minha melhor apresentação foi na capital paranaense. O Guairão estava lotado. Espero que neste ano também esteja", diz.

O espetáculo, além da homenagem a Antonio Ruiz Soler, terá ainda uma releitura do "Bolero de Ravel", já apresentado no palco do Guairão ano passado pela Companhia Antonio Márquez.