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Matthew McConaughey e Woody Harrelson investigam uma série de assassinatos em True Detective | Divulgação
Matthew McConaughey e Woody Harrelson investigam uma série de assassinatos em True Detective| Foto: Divulgação

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True Detective e LookingConfira os vários horários de exibição e reprises das séries no site do canal pago HBO: www.hbomax.tv/hbo-br/hbo-brasil.

  • Looking retrata o dia a dia de um grupo de amigos gaays em São Francisco, na Califórnia

O HBO é uma usina de experimentação. Se a grande indústria cinematográfica hollywoodiana é pouco ousada, e costuma apostar em fórmulas já testadas e aprovadas, o canal pago norte-americano está em constante busca pelo novo, mesmo quando não acerta. Nesta temporada, duas novas séries atestam essa procura pela inovação:True Detective e Looking, já em exibição no Brasil.

Criada pelo novato Nic Pizzolato, True Detective segue uma tendência que vem se consolidando ao longo da última década: levar para a televisão grandes nomes da tela grande.

Matthew McConaughey, favorito ao Oscar de melhor ator neste ano por seu desempenho em Clube de Compras Dallas, vive o papel de Rust Cohle, um policial atormentado por seu passado trágico, que mergulha de cabeça na investigação de assassinatos cometidos por um serial killer fanático religioso no estado da Louisiana, sul dos Estados Unidos.

Embora astuto e dono de uma inteligência dedutiva digna de um Sherlock Holmes, Cohle, por conta de seu comportamento errático, não tem uma boa reputação na polícia. Apenas recebe sinal verde para tocar o caso porque seu colega Martin Hart (Woody Harrelson, de O Povo contra Larry Flynt), com quem tem uma relação atribulada, aposta em seu talento, apesar da evidente incompatibilidade entre eles.

Hart também é um personagem muito complexo. Casado com Maggie (Michelle Monaghan, de Terra Fria), e pai de duas filhas, ele mantém um caso extraconjugal com uma mulher mais jovem e tem sérios problemas com álcool. Cohle, por sua vez, é dependente de tranquilizantes.

Nos três episódios que já foram ao ar no Brasil, mais do que a trama em si, o que mais chama a atenção em True Detective é a atmosfera sombria e muito ambígua da história: os dois protagonistas, embora agentes da lei, são tudo menos heróis desprovidos de falhas. Muito pelo contrário.

A narrativa, em flashback, se dá a partir da perspectiva de ambos os personagens, que prestam depoimentos, separadamente, a respeito das investigações, que se iniciaram em 1995. Já não trabalham mais juntos e deixaram de ter contato um com o outro há anos, por razões que se tornarão conhecidas ao longo da série, forte candidata a cult.

GLS

A outra nova série da HBO é Looking, que procura fazer uma radiografia do dia a dia de um grupo de amigos homossexuais na cidade de São Francisco, na Califórnia.

Com episódios de apenas 30 minutos, é o que pode ser chamada de dramedy, híbrido de drama e comédia. Tem muito em comum com Girls, premiada série da HBO, produzida, escrita, dirigida e estrelada por Lena Dunham, que retrata a vida de jovens de 20 e poucos anos na Nova York dos dias atuais, enfocando seus dilemas profissionais, amorosos e sexuais.

O protagonista de Looking é Patrick (Jonathan Groff, revelado pelo musical da Broadway O Despertar da Primavera), um designer de videogames de 29 anos muito imaturo emocionalmente: seu relacionamento mais longo durou pouco menos de cinco meses e, ansioso por viver uma grande história de amor, recorre a aplicativos e redes sociais de relacionamentos. Invariavelmente, acaba metendo os pés pelas mãos.

Mais velho do trio principal, Dom (o australiano Murray Bartlett, que participou da série Damages) está prestes a completar 40 anos e entra em crise por estar sozinho. O único comprometido do grupo é o artista plástico de origem cubana Augustín (Frankie J. Alvarez), e é justamente ele quem questiona a possibilidade de monogamia absoluta no universo gay.

Com diálogos rápidos e cortantes, personagens interessantes e atuações acima da média, Looking promete. Há o risco, porém, de se prender demais à vida sexual dos personagens, reforçando clichês e esquecendo de se aprofundar em seus dramas.

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