Viagens e impressões lisboetas

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Malas, mochilas e outros elementos que dão ideia de passagem são alguns dos materiais que integram a exposição dos artistas portugueses Cristina Ataíde e Isaque Pinheiro, aberta ao público a partir de hoje, no Centro Cultural Sistema Fiep. A mostra integra a programação oficial do Ano de Portugal no Brasil, iniciativa que busca movimentar e promover a cultura e economia de ambos os países (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).

Com atuação no meio artístico português e europeu há décadas, Pinheiro e Cristina, que já realizaram exposições no Rio de Janeiro e São Paulo, trazem os seus trabalhos pela primeira vez a Curitiba, e se dizem animados com o mercado e a recepção a arte no Brasil. "Apesar de o Brasil ser um país mais voltado para seus próprios artistas, acredito que há aqui um momento muito propício", diz Pinheiro. "Eu me sinto de casa, é quase uma relação de parentesco", salienta Cristina.

Entre as obras da exposição está Lar Doce Lar, finalizada por Cristina no ano passado, um desenho de 13,5 metros da cidade de Lisboa. A primeira impressão do espectador é que as linhas vermelhas parecem impressas, mas, na verdade, foram feitas meticulosamente com uma espécie de lápis de cor vermelho, durante três meses, com base em centenas de fotografias feitas pela artista. "É uma vista aérea de Lisboa, ao sul do Rio Tejo. E é uma homenagem ao Marquês de Pombal (1699-1782), que reconstruiu Lisboa depois do terremoto de 1755", explica.

Natural

Já Isaque traz, além dos desenhos das anotações pessoais reunidas desde 2000, que foram suspensos como se voassem de uma mala, a escultura Em Cima da Terra e Debaixo do Céu, que retrata uma "árvore marionete", cheia de dobradiças. "É a engenharia humana interagindo com a natureza", frisa. As obras de Cristina e Pinheiro ficam no espaço até 21 de abril.