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O CD "Baxô", que Glauco Sölter lança nesta quinta, começou a ser gravado graças à irmandade que existe em torno da música instrumental. Só quem gosta e, mais ainda, quem toca, pode entender essa aproximação.

Glauco tenta explicar esta aproximação da seguinte maneira: "No palco, os músicos quando vão tocar juntos, mesmo que seja na primeira vez, tentam se conversar através dos instrumentos. No meio de uma melodia, um manda um recado para o outro, pode ser uma nota diferente incluída em algum ponto. O outro pode perceber ou não. Se não perceber, a conversa termina ali. Mas se perceber, dá um sinal ao primeiro, que pode ser a repetição da mesma nota ou outra coisa qualquer, semelhante. Então aí começa uma conversa que pode se estender a cada vez que os dois tocarem juntos".

Esse papo franco, que se inicia no palco, forma mais que amizades, transforma os músicos em uma verdadeira família. Como tal, uns ajudam os outros. "Depois que a gente se entende tocando juntos, um convida o outro para ficar na casa dele. Eu recebo muitos músicos de fora de Curitiba na minha casa e fico na casa de muitos músicos quando estou viajando", explica.

Essa irmandade permitiu que Glauco gravasse com Clem na França, no estúdio do ex-marido dela, Michelângelo Pagnani, que também toca no disco. Ali foram gravadas três faixas e duas foram aproveitadas no disco.

É este espírito gregário e agitado que leva Glauco Sölter a se multiplicar em funções e participações artísticas. Ele começou tocando piano, adotou o baixo como principal instrumento, Fez especialização em arranjos para naipes em Berckley, nos EUA, está estudando trombone, é professor do Conservatório de Música de Curitiba e diretor do Festival de Música de Curitiba. Como se fosse pouco, além da carreira solo participa também dos grupos Na Tocaia, Quebra Queixo, Sinfonética Comunitária Flutuante e No Stress, entre outros.

"O artista tem de ter o talento, o dom e a vocação para encarar a vida circense, mambembe, sempre na corda bamba e saber enfrentar tudo isso", ensina com a sapiência e a serenidade de um poeta japonês como Bashô, uma das inspirações para o nome do CD.

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