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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O set de filmagem de Xuxa Meneghel deveria ter um aviso na entrada: "Cuidado, crianças circulando". Entre câmeras, equipe, fios e cenários, há baixinhos para todos os lados. E não são figurantes ou atores. São filhos do produtor, do fotógrafo, do diretor... e da própria estrela do filme. Sasha também adora acompanhar a mãe trabalhando. A apresentadora não só gosta da presença como pede a visita dos pequenos. Se diverte nos intervalos e é capaz de pedir para o diretor mais tempo para acabar a brincadeira de "quem enche mais a boca com jujuba".O clima de extroversão e paz reina no set do 12º longa-metragem de Xuxa, "Sonho de menina". O diretor Rudi Laggemann e a Conspiração Filmes têm uma missão difícil pela frente. Eles assumiram a produção no lugar da Diler Trindade, responsável pelos 11 filmes da carreira da apresentadora e um total de 24 milhões de ingressos vendidos em 20 anos.

Xuxa atribui a mudança à necessidade de querer mais tempo para fazer "uma história legal". A escolha da Conspiração, responsável pelo sucesso "2 filhos de Francisco", ocorreu após a boa experiência da apresentadora com o DVD "Xuxa para baixinhos 7".

- Não queria mais fazer pizza - diz ela, durante um intervalo das filmagens no Jóquei Clube do Rio.

No entanto, "Sonho de menina" - pelo menos em tempo de preparo - já nasceu com leve sabor de mussarela. O filme acaba de ser rodado esta quarta-feira (foram 4 semanas) e chega aos cinemas no dia 21 de dezembro. Mas Xuxa está relaxada.

- Está tudo costurado - diz ela.

A aposta de o filme não virar outro prato italiano está no tema e na direção de Laggemann, cujo primeiro longa-metragem, "Anjos do sol", cativou Xuxa.

- Fazer um filme da Xuxa é uma oportunidade ou um obstáculo. Ela é uma figura mítica, do imaginário popular, um ícone. Meu papel e da Conspiração é cuidar bem da imagem dela - conta Laggemann, lembrando que havia trabalhado com Xuxa dez anos antes em um comercial de TV. - Agora ela está mais madura, mais confiante e escuta mais.

Laggemann, cujo sotaque gaúcho contaminou Xuxa, que voltou às origens e andou falando mais cantado, garante que fazer um filme fácil é "mais difícil".

- É de entretenimento sim, mas tem que ser um belo produto para falar com um monte de gente - diz ele, que se diverte ao ver filmes infanto-juvenis ao lado da filha de dez anos. - Só não pode ter piração, tem que ser mágico, lúdico.

Em "Sonho de menina", Xuxa volta a falar de auto-estima, confiança e busca dos sonhos. Quem tem mais de 30 anos logo remete o tema ao de "Lua de Cristal", um de seus maiores sucessos. A apresentadora fica feliz com a comparação e diz querer "plantar a mesma sementinha" com o novo filme.

- Pena que não tive tempo de compor músicas desta vez - lamenta Xuxa, lembrando que a canção com o refrão "Lua de cristal, que me faz sonhar, faz de mim estrela, que eu já sei brilhar", marcou uma geração e deixou sua mensagem. - Falo de sonho novamente como em "Lua de Cristal", mas quero também chamar a atenção para os sinais, a intuição que as crianças devem seguir.

Xuxa aposta também em dados autobiográficos em "Sonho de menina". No filme, ela é Kika, uma professora do interior que sonha em ser apresentadora de TV.

- Coloquei algumas coisas que aconteceram na minha infância. É mais fácil falar em cima da verdade - conta ela, que teve sua história roteirizada por Flávio de Souza, colaborador de longa data em seus filmes.

Se em "Lua de Cristal" ela começa como criança saindo do interior para se transformar em cantora, agora ela já é adulta e vira criança. Explicando: um feitiço faz com que a personagem volte à infância. E Kika começa a aventura já na pele da versão mirim de Xuxa, a atriz Letícia Botelho.

Xuxa se mostra empolgada com o filme e aproveita as mudanças para olhar para trás e fazer um balanço de sua carreira no cinema. Admite gostar mais de "Super Xuxa contra o Baixo Astral", "Abracadabra" e "Os duendes".

- Com os outros só ganhei experiência - desabafa.

E como o assunto é cinema, Xuxa cita espontaneamente seu filme favorito do momento: "Tropa de elite". Para ela, o trabalho de José Padilha foi corajoso ao não esconder a nossa realidade.

- E o que é Wagner Moura? Que orgulho ter um ator como aquele - derrete-se ela. - Pena o filme não ter ido para o Oscar. Mas foram eles (os americanos) que acabaram perdendo. O filme é fantástico.

O elenco de Xuxa pode não contar com Wagner Moura mas tem muitos outros talentos. Como Betty Lago (no papel de Pandora Raquel), Ilana Kaplan (a Tia Memélia), Alice Borges (Lara), Serjão Loroza (motorista do ônibus que leva Xuxa para seu sonho), e Dirce Migliaccio (a Vozinha). Além de participações especiais de Letícia Spiller (como a mãe de Xuxa), Milton Gonçalves e a humorista Alexandra Richter (de "Zorra Total"). Como par romântico da apresentadora desta vez está Carlos Casagrande, que fez sucesso recentemente como Rodrigo na novela "Paraíso tropical".

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