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Zé Renato tem 50 anos de idade, 30 de carreira como músico e mais de 20 discos gravados – boa parte deles com a banda Boca Livre, um clássico da MPB nos anos 80. No entanto, apesar de tudo o que já fez, diz que nunca passou pela situação que encontrará em Curitiba, durante as duas apresentações que fará neste fim de semana. Ele irá cantar ao lado de um grupo que selecionou apenas composições suas, criou arranjos e fará uma homenagem ao cantor. "É interessante ver como as outras pessoas entendem a minha música", afirma o músico.

Os dois shows de Zé Renato serão no Teatro Paiol, com a Orquestra à Base de Cordas, formada por músicos do Conservatório de MPB de Curitiba. São nove instrumentistas que usam violões, violão de sete cordas, bandolim, cavaquinho, viola caipira, rabeca, violino, piano e percussão para recriar a música popular brasileira. Há dois anos, o grupo, que foi formado em 1998 pelo maestro Roberto Gnattali, tem recebido grandes nomes da MPB como convidados. Já se apresentaram ao lado dos curitibanos a cantora Mônica Salmaso e o compositor e sanfoneiro Dominguinhos, entre outros.

"Me sinto homenageado. Eles são músicos jovens que têm uma imensa dedicação aos seus intrumentos", afirma Zé Renato depois de fazer três ensaios com a orquestra. O cantor conta que conheceu os músicos curitibanos por meio de Gnattali, que antes de fundar a orquestra havia sido seu professor de música. "Morei em Curitiba nos anos 1970, mas já faz muito tempo", diz ele, que ainda não conhecia o trabalho instrumental da orquestra.

No repertório dos shows, estarão composições de Zé Renato em parceria com outros músicos. Uma delas é "Ânima", escrita com Milton Nascimento. Outra é "Toada", composta em parceria com Cláudio Nucci e Juca Filho e que ficou famosa na interpretação do Boca Livre. Entre as mais recentes estão "Insônia", com Arnaldo Antunes, e duas composições ainda inéditas.

"Para nós, os nossos convidados são aulas ambulantes", afirma João Egashira, diretor musical da Orquestra à Base de Cordas. "Muitos deles nem atuam como professores, mas, conversar com eles, tocar com eles, ensina muita coisa para a gente", comenta ele, que já está agendando um show com Maurício Carrilho e corre agora para fechar outros acordos com novos convidados de peso.

Carreira

Zé Renato começou a ser artista aos 9 anos, quando participou como ator-mirim de uma peça dirigida por Ziembinsky. Nos anos 70, passou a se dedicar profissionalmente à música. O sucesso veio com o grupo Boca Livre, com arranjos vocais para composições de música brasileira. A partir de 1982, o cantor também passou a fazer trabalhos solo e parcerias com outros músicos. Em 2000, anunciou sua saída do Boca Livre, mas agora voltou a fazer parte do grupo.

Atualmente, o músico concilia sua volta à banda com a carreira-solo. "Nesta segunda-feira, entro em estúdio para gravar o meu primeiro DVD-solo", anuncia. "O trabalho vai contar com a participação especial de Milton Nascimento", completa. O Boca Livre, por sua vez, entra em estúdio em agosto para gravar seu novo CD. Além disso, Zé Renato trabalha em um projeto que leva a obra do compositor Jackson do Pandeiro para o mundo infantil. O disco que deve resultar do trabalho se chamará Jackson para as Crianças. Tudo para começar bem o 31.º ano de carreira e o 51.º de vida.

Serviço: Zé Renato e Orquestra à Base de Cordas. Teatro do Paiol (Largo Guido Viaro, n.º 51), (41) 3213-1340. Hoje, às 21 horas, e amanhã, às 19 horas. Ingressos a R$ 10 ou R$ 5 mais um quilo de alimento não-perecível ou uma lata de leite em pó.

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