Tradicionalmente o colocar a criança para dormir é tarefa da mãe. E este é o momento que muitas crianças aprendem a fazer suas orações.
Tradicionalmente o colocar a criança para dormir é tarefa da mãe. E este é o momento que muitas crianças aprendem a fazer suas orações.| Foto: Shutterstock
  • Por Unimed e Bluem
  • 06/05/2024 13:05

Intrínseca ao ser humano, a espiritualidade está ligada à necessidade humana de ter sentido na vida.

E esse propósito é buscado em conceitos que ultrapassam o tangível. É por meio da espiritualidade que valores e crenças são solidificados, que a fé é fortalecida, que a autoconfiança é firmada.

Isso independentemente de se estar em um meio religioso, porque pode ser alcançada e desenvolvida em meditações, reflexões, práticas de silêncio e, claro, na oração.

Clique aqui e leia mais conteúdos especiais da Gazeta do Povo sobre o Dia das Mães!

Algo tão importante para a conexão com algo maior que a si mesmo precisa estar enraizada no convívio familiar. “Especialmente porque a espiritualidade leva ao desenvolvimento de valores como a generosidade, empatia, liberdade, igualdade, senso de justiça e mesmo a alegria e o contentamento”, explica Clarice Ebert, psicóloga, e terapeuta familiar e de casais.

E é aqui neste ponto que a maternidade e a espiritualidade se entrelaçam pela primeira vez. O fato de a prática espiritual estar ligada ao convívio familiar faz com que a figura da mãe se torne a principal para conduzir os filhos nesta jornada. “Tradicionalmente o colocar a criança para dormir é tarefa da mãe.

Portanto, é natural que essa iniciação espiritual, com um momento de oração à noite antes de dormir, se faça com a figura materna”, analisa a psicóloga clínica Luiza Helena Rocha ao ponderar que, com a mudanças na divisão das tarefas em casa, os pais têm participado muito mais desse momento.

Leia também no Especial Dia das Mães:

Luiza Helena diz que outro fator para que a mãe seja geralmente a pessoa quem orienta os filhos à espiritualidade, está na diferença na perspectiva sobre a criação dos filhos entre homens e mulheres. “Os homens, tradicionalmente provedores, se preocupam mais com os aspectos práticos do sustento dos filhos, garantia de estabilidade e preparação para o futuro”, diz a especialista. “Já nas mulheres isso é um pouco diferente.

Para elas, o medo de deixar os filhos desprotegidos é maior, como num caso de morte, por exemplo. Essa perspectiva talvez explique porque maternidade e espiritualidade caminhem juntas. As mães precisam de um apoio superior para protegê-las e a seus filhos”, avalia.

O exercício da maternidade em si, de acordo com Clarice, tem essa carga que exige intervenções e abnegações. Elas nem sempre se apresentam logicamente e as soluções mais práticas e mecânicas não costumam funcionar. Neste momento, novamente a maternidade se entrelaça com a espiritualidade. “A mãe necessitará por vezes de uma pausa para meditação, oração e reflexão.

Isso a fortalecerá internamente e aprimorará a sua capacidade para perceber seu filho para além das manhas, birras e choros, mas, como uma preciosa vida que se desenvolve em seu colo e à sua mesa”, finaliza.

*Próxima leitura: Deixar um legado moral nos filhos exige que as mães tenham clareza de suas convicções

Clique aqui e leia mais conteúdos especiais da Gazeta do Povo sobre o Dia das Mães!