O momento em que a equipe chega ao final da prova acompanhada pelo cão Arthur| Foto: Divulgação
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Quando começamos a assistir a Uma Prova de Coragem, parece que o filme é apenas mais um sobre esportistas veteranos que resolvem tentar pela última vez um triunfo numa prova de resistência extremamente difícil, nos moldes de Nyad, que concorreu ao Oscar. Na verdade, o longa-metragem que está em cartaz nos cinemas brasileiros é uma história de amor entre Michael Light (Mark Wahlberg, que também está nos créditos como produtor) e o cachorro Arthur.

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Baseado no livro de 2016 de Mikael Lindnord, Arthur – The Dog Who Crossed the Jungle to Find a Home (Arthur, o cachorro que cruzou a floresta para encontrar uma casa), Uma Prova de Coragem começou a ser produzido em 2020, exatamente no ano em que o cão morreu, e é como se fosse uma carta de amor a ele. O próprio Mikael Lindnord escreveu em seu Instagram, perto do lançamento do filme: "Milhões e milhões de pessoas saberão o seu nome... E, com isso, muitos, muitos mais Arthurs encontrarão um novo lar para sempre e família para amá-los". O atleta e escritor também trabalhou como um dos roteiristas do longa.

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O enredo foca o momento em que o protagonista resolve encarar sua última corrida de aventura. Ele buscava uma última medalha para encerrar a carreira de corredor, dando esse orgulho para a família. Michael vai atrás de patrocínio (e só consegue metade), forma uma equipe na qual acredita muito, e ruma para a República Dominicana (na história real, a corrida aconteceu no Equador). Anos antes, ele havia falhado na tentativa de fazer a mesma prova. E, desde então, passou a carregar essa frustração.

Começamos a acompanhar a vida de Michael após conseguir os fundos e formar sua equipe. Entretanto, os personagens que o acompanham durante o filme não são tão bem explorados. Na real, acabamos entendendo muito mais da personalidade de Michael (e, na sequência, do cachorro) do que do restante dos personagens coadjuvantes.

Um maltratado que virou rei

A corrida vai seguindo com muito esforço, trabalho em equipe e cenas arriscadas – uma das personagens fica presa com a sua bicicleta em uma tirolesa no alto de uma montanha. Enquanto isso, vamos aos poucos conhecendo Arthur, um cachorro maltratado de rua. Depois de entendermos o que se passou com o cão, com seus machucados e doenças, vivenciamos o encontro singelo entre o animal e Michael.

O atleta avista o cachorro em uma das paradas da corrida e lhe dá algumas almôndegas. Dias depois, Arthur aparece novamente na prova. Ninguém entende como o cachorro percorreu tantos quilômetros para chegar ali, cruzando montanhas e rios.

Durante uma jornada de dez dias e 700 quilômetros, um vínculo inquebrável se forma entre o corredor e Arthur. E até sua equipe acaba acolhendo o cão como parte do grupo. Já perto do fim da prova, o grupo precisa desistir da companhia do cachorro para avançar em um trecho de travessia com caiaque. Mas Arthur não desiste tão fácil e os persegue quase morrendo afogado.

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O que deixa o filme mais emocionante é saber os bastidores da história real. Arthur sobreviveu à fome, aos parasitas em seu corpo e a uma prova de resistência para ser adotado por Mikael Lindnord e viver como um rei por mais cinco felizes anos na Suécia, ao lado de sua nova família.