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Em “Nosso Amigo Extraordinário”, Milton (Ben Kingsley) cuida do alienígena Jules
Em “Nosso Amigo Extraordinário”, Milton (Ben Kingsley) cuida do alienígena Jules| Foto: Bleecker Street/Divulgação

Imagine se a espaçonave de um ser desconhecido caísse em seu quintal. Sua preocupação inicial seria com sua segurança, certo? Para Milton Robinson, o protagonista do filme Nosso Amigo Extraordinário, o acontecimento o chateia por causa de suas azaleias, que foram destruídas com a queda. É esse tipo de mania que torna o longa recém-estreado nos cinemas brasileiros divertido e peculiar.

Mais conhecido por seu papel de produtor, como no sucesso Pequena Miss Sunshine, Marc Turtletaub assina a direção aqui e extrai o melhor do personagem citado acima, interpretado por Ben Kingsley. Ele é apresentado, inicialmente, como um senhor aposentado que tem um relacionamento problemático com um dos filhos e vive tentando alterar o lema da cidade para algo que faça mais sentido. Mas tudo isso muda quando ele tem contato com o alienígena, que é batizado de Jules (o nome original do filme, por sinal).

Talvez por sua solidão, Milton age de maneira completamente normal  quando conhece o ser. Apenas tenta entender o que Jules gostaria de comer e beber, o que fica difícil já que o ser não emite som. A construção desse relacionamento é uma das partes mais atraentes do filme, fazendo lembrar da relação do garotinho Elliot e o E.T. de Spielberg. Isso também ajuda o senhor a estabelecer uma amizade com outras duas pessoas que vivem dramas da “melhor idade”, Joyce e Sandy.

Muitas das piadas de Nosso Amigo Extraordinário nascem da diferença gritante entre as personalidades de seus quatro personagens principais. Milton é um homem prático e orgulhoso, Jules é um extraterrestre que exige pouca "manutenção", Joyce é a clássica vizinha enxerida e Sandy uma mulher que envelheceu e manteve a personalidade hippie.

Em uma das melhores cenas, quando Sandy conhece Jules, Milton finalmente entende o risco que correu ao receber tão tranquilamente o alien. A ironia é que isso ocorre justamente em um momento em que o amigo extraordinário está “numa relax” no sofá da casa vendo TV.

Problemas familiares  

A película avança com cenas deste tipo, arrancando risadas do espectador enquanto membros do governo tentam encontrar o local da queda de Jules. Mas o desafio real reside na esfera familiar do personagem de Kingsley. Além da dificuldade em manter contato com um filho distante, a filha mais velha, sua cuidadora, acha que o pai enfrenta algum problema de saúde sério por acreditar estar tendo contato com um alienígena.

Nosso Amigo Extraordinário pode não ser tão magistral quanto Cocoon na hora de estabelecer a solução para os problemas da velhice no encontro com ETs, mas é um filme leve para refletir sobre a importância de manter bons laços com a família e sempre estar aberto a novas  amizades, mesmo que isso te tire da zona de conforto.

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