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Detalhe do cartaz do filme sobre urso que ficou viciado em cocaína
Detalhe do cartaz do filme sobre urso que ficou viciado em cocaína| Foto: Reprodução internet

Foi praticamente impossível fugir do Urso do Pó Branco nos últimos meses. Desde que o trailer do filme começou a circular, no fim de 2022, até a aparição do animal na cerimônia do Oscar 2023, importunando a ativista Malala Yousafzai, a expectativa só fez crescer em torno desse fenômeno, que chega aos cinemas brasileiros hoje (30). A pergunta é: vale a pena ir até uma sala, pagar por ingresso caro e por pipoca e bebidas superfaturadas para conferir a história, ou faz mais sentido esperar a chegada do urso nas plataformas de streaming?

O trailer passa uma ideia enganosa do tal Cocaine Bear (nome original do título). Ao reunir trechos de todas as cenas vibrantes do filme, ele dá a entender de que se trata de uma comédia de terror cheia de ação e surpresas. Não é bem por aí. A diretora Elizabeth Banks, que já não tinha colhido boas críticas por seu trabalho em As Panteras (2019), não consegue imprimir o ritmo intenso que a obra pedia. Entre um ataque e outro, são muitos os momentos aborrecidos com personagens (entre eles, um vilão vivido pelo finado Ray Liotta, num de seus últimos papeis no cinema) que pouco ou nada agregam ao surrealismo do acontecimento.

Qual acontecimento? Em 1985, vários pacotes de cocaína foram arremessados da aeronave de um traficante e caíram num parque nacional dos Estados Unidos. Um pobre urso encontrou parte da carga, consumiu o produto e veio a óbito. A história real foi ganhando ares de lenda urbana com o passar dos anos, até virar o mote do filme em questão, que imagina como seria se outras pessoas estivem no mesmo parque, tendo de lidar com o animal totalmente alterado pela ingestão da substância.

Baixo orçamento

Em algumas passagens em que o urso parte para cima de seres humanos, fica claro que a produção não contava com tantos recursos financeiros para a realização do filme. Em vez de exibir as lutas corporais entre atores de verdade e um bicho criado por computação gráfica, a diretora mostra apenas pernas dilaceradas voando, o que gera interesse em quem gosta de filmes de terror, mas não o suficiente para investir numa obra híbrida. Aliás, as partes cômicas, mais bem resolvidas do que as de violência, podem, sim, arrancar risadas do expectadores. Já a ambientação oitentista é outro aspecto caído de Cocaine Bear. Apesar de boas sacadas como o uso de White Lines (Don’t Don’t Do It), hip hop de 1983 de Melle Mel que fala sobre os malefícios da cocaína, o filme não chega aos pés de um Stranger Things ou qualquer outra série atual dedicada a reproduzir climas e sentimentos da década de 80.

Portanto, espere sem medo (ou expectativas altas) o urso chegar ao seu streaming predileto. Nos Estados Unidos, ele mal estreou e já ficou disponível para aluguel na Apple TV, YouTube e demais serviços. No Brasil, apesar de não existir nenhum anúncio oficial nesse sentido, não há de ser diferente.

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