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Richard Nixon, presidente dos EUA entre 1969 e 1974, e o cantor Elvis Presley |
Richard Nixon, presidente dos EUA entre 1969 e 1974, e o cantor Elvis Presley| Foto:

Há algum tempo, Flea, o baixista do Red Hot Chili Peppers, disse que o rock está morto. Ele não foi o primeiro a dizer algo assim. Na verdade, falar em morte do rock é um dos maiores clichês da história do gênero. “A história do rock & roll é a história da morte do rock & roll”, diz o professor e crítico britânico Kevin J.H. Dettmar no livro “Is Rock Dead?” (2006). 

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Foi uma bravata usada por quem queria que o rock morresse logo que nasceu – porque era rebelde e incomodava. Depois, por quem envelheceu e queria que o rock de sua juventude nunca mudasse – porque ele muda. E dá-lhe rótulos como o “classic rock” – outra coisa que também já matou o rock ‘n’ roll. 

Hoje em dia, a frase também é cartada comum de velhos roqueiros descontentes como Gene Simmons, baixista do Kiss, que em 2014 disse que o estilo foi assassinado pela pirataria. Até Bob Geldof, o criador do Live Aid, evento que inspirou roqueiros brasileiros a instituírem o Dia Mundial do Rock, andou dizendo que o tempo do gênero já era – mas o que é institucionalizar um dia para o rock senão assinar um atestado de óbito para ele?

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Enfim, sempre tem alguma coisa matando o rock. Relembre quatro vezes em que ele já morreu em seus mais de 60 anos de história: 

1. “The Day the Music Died” (1959)

Em 1959, um acidente de avião matou Buddy Holly, Ritchie Valens e o “Big Bopper”. Eles seriam os últimos representantes do rock ‘n’ roll com a saída de cena de vários roqueiros naquele período. Pouco antes, Little Richard foi fazer música gospel e Elvis foi servir ao exército; logo depois, Jerry Lee Lewis se envolveria em um escândalo sexual e Chuck Berry seria preso por levar uma menina Apache de 14 anos de um estado para outro. O rock estava, enfim, morto.

2. Tragédia de Altamont (1969)

Às vezes, explica o professor e crítico britânico Kevin J.H. Dettmar no livro “Is Rock Dead?”, a morte do rock é atribuída a algum acontecimento público dramático. Foi o caso do festival de Altamont, um festival feito pelos Rolling Stones inspirado em Woodstock. A banda contratou como seguranças membros do Hells Angels. O resultado foram quatro mortes. “Para muitos”, diz Dettmar, “a violência pareceu sinalizar tanto o fim dos anos 60 quanto a morte do rock & roll.”

3. Disco music

O sucesso da música disco a partir de meados dos anos 1970 tirou o rock das primeiras posições das paradas de sucesso – mais ou menos como acontece hoje, dias de morte para o rock. Na época, o estilo incomodou tanto que sofreu uma reação “organizada” dos roqueiros. Houve até um movimento chamado “Disco Sucks”, em 1979 – mais tarde considerado não apenas uma rejeição à estética musical da disco, mas um movimento parcialmente homofóbico e racista. 

4. Rap

O rap começou em meados dos anos 1980 com uma postura de confronto com o rock, lembra Dettmar. Em 1991, pela primeira vez uma gravação de rap vendeu mais do que rock, em pleno ano do álbum “Nevermind”, do Nirvana – aliás, outra coisa que matou o rock quando foi absorvido pela indústria de massa.

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