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O cinema, sem dúvida alguma, é um grande aliado quando o intuito é se aprofundar no assunto Israel e seus conflitos com nações vizinhas. Talvez o maior problema seja que os filmes mais elogiados e premiados nem sempre estejam disponíveis no streaming. E, quando estão, passam meses em uma plataforma, depois vão para outra, depois outra...
A lista a seguir reúne sete filmes sobre o tema com as devidas indicações de onde o leitor consegue assisti-los. Vale mencionar que serviços menos populares, como Reserva Imovision e Filmelier, podem ser acessados pelo Prime Video e oferecem teste grátis de uma semana – que podem resolver o caso se a ideia for conferir um único filme.
O Último Dia de Yitzhak Rabin (2015)
Amos Gitaï, de 74 anos, é o grande cineasta israelense. Há dez anos, ele dirigiu um filme que reconstrói o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, num chocante atentado que completará três décadas em novembro. Em duas horas e meia, o espectador vê imagens reais do crime e da comoção nas ruas de Tel Aviv, assim como cenas dramatizadas do comitê que tentou apurar se houve falha (ou sabotagem) no sistema de segurança que deveria blindar o político. Também há uma reconstituição do clima da época em Israel, com todos os avanços pela paz empreendidos por Rabin, que enchiam de esperança alguns e geravam temor em outros. Independentemente do sentimento de cada lado, ficou muito feio para a única democracia do Oriente Médio passar por algo do tipo. O orgulho por ter tirado a vida do líder judeu exibido pelo ator que faz o assassino causa engulhos.
Onde assistir: Filmelier e para locação e compra em Apple TV+, Amazon e YouTube Filmes.
O Jerusalém (2006)
No longa-metragem do cineasta francês Élie Chouraqui, dois amigos, um judeu e um árabe, mudam-se de Nova York para Jerusalém e acabam vivenciando momentos históricos como a guerra da Palestina e a criação do estado de Israel, em 1948. Essa é uma boa recomendação para começar a explorar o assunto, até pela abordagem neutra do diretor francês. Para quem quiser se aprofundar nesse período histórico, vale entrar na PlutoTV e conferir gratuitamente o filme De Amor e Trevas (2015), dirigido pela israelense Natalie Portman e baseado em um livro de Amos Oz, grande defensor da paz entre Israel e Palestina. Já como atriz, Natalie estrela Free Zone (2005), tocante filme de Amos Gitaï que está na plataforma Filmelier.
Onde assistir: JustwatchTV (gratuito) ou para locação em Claro Video.
Golda, a Mulher de uma Nação (2023)
Em um período de guerra, uma forte liderança é tudo. Ao menos, é isso que defende Golda – A Mulher de uma Nação. O longa-metragem demonstra como a “dama de ferro” de Israel, a primeira-ministra Golda Meir, foi uma das figuras centrais nas tomadas de decisões do país durante a Guerra do Yom Kippur, em que egípcios e sírios batalharam contra israelenses para retomar a península do Sinai. A atriz Helen Mirren interpreta Golda na adaptação e exibe a força necessária para o papel. Basta ver a cena em que a primeira-ministra esbraveja ao telefone: “não sou mais aquela menininha escondida no porão". É perfeito para quem não sabe muito sobre essa importante figura de Israel. Uma pena que só aborde a vida da diplomata em 1973, afinal ela foi uma das únicas duas mulheres a assinar a declaração da independência do país, em 1948.
Onde assistir: Prime Video ou para locação em Apple TV+, Amazon e Claro Video.
Paradise Now (2005)
Primeiro filme palestino a concorrer ao Oscar, Paradise Now narra a história dos amigos Said e Khaled, que consertam carros e fazem bicos na Cisjordânia, sem qualquer perspectiva de uma vida melhor. As coisas mudam quando eles são recrutados para atuarem como homens-bombas em Tel Aviv. O diretor Hany Abu-Assad filmar a saga com leveza e até algum humor – em uma cena, a paquera de Said pergunta se ele vai ao cinema; ele responde que só foi uma vez, para incendiar a sala –, o que alivia o programa para o espectador. Mas é impossível não sentir um nó na garganta quando Said diz que já se sente morto vivendo na Cisjordânia, portanto morrer num atentado não fará muita diferença. Abu-Assad voltou a ser indicado ao Oscar em 2013 por Omar, que atualmente não está disponível em nenhum streaming.

Onde assistir: Prime Video.
A 200 Metros (2020)
Em uma região com uma fronteira extremamente definida e controlada, algumas pessoas fazem sua vida financeira atuando como “atravessadores”, transportando desde mercadorias até turistas entre Israel e Palestina. A vida de um desses profissionais é o tema de A 200 Metros, que oferece um ponto de vista palestino sobre o conflito com o país vizinho. Mustafa vive nesse vaivém sem muitos problemas. Mas, no dia em que seu filho sofre um acidente e é hospitalizado, acaba barrado na fronteira e não consegue voltar para sua casa na Palestina. O longa-metragem usa da jornada do pai, interpretado com forte carga dramática por Ali Suleiman, para traçar um panorama sobre a dura vida de pessoas trabalhadoras que acabam afetadas por um conflito mais antigo do que elas – aqui, o lema “família em primeiro lugar” vira regra.
Onde assistir: Filmelier e para compra em Apple TV+.
O Filho do Outro (2012)
Histórias com dois lados antagônicos bem definidos sempre rendem um bom drama – ou pelo menos é o que provou Shakespeare em seu clássico Romeu e Julieta. Em O Filho do Outro, essa dualidade é explorada a partir de uma troca de bebês na maternidade. Quando se alista no exército de Israel, o protagonista Joseph realiza exames e descobre que, na verdade, seus pais biológicos são palestinos. Em vez de colocar o jovem na guerra para deixar o filme fluir, a diretora e roteirista Lorraine Lévy optou por focar nos conflitos internos e familiares do personagem principal, resultando em uma abordagem pacificadora para a questão entre Israel e Palestina.
Onde assistir: Reserva Imovision.
Uma Noite em Haifa (2020)
Outro filme do israelense Amos Gitaï para fechar a lista. Uma Noite em Haifa é mais curioso do que bom. Trata de questões de relacionamentos entre pessoas que frequentam o mesmo clube noturno de Israel, localizado justamente na cidade portuária de Haifa – a locação existe de verdade e se chama Fattoush Bar. Israelenses e palestinos convivem pacificamente (mas com algum ressentimento) enquanto bebem, paqueram, conversam sobre arte e fazem planos para o futuro. Há até um casal gay soltinho na boate, algo que não aconteceria na Palestina.
Onde assistir: Filmelier e para locação e compra em Apple TV+ e Amazon.