“A Killer Paradox” relata como jovem entediado se torna um serial killer que mata pessoas más| Foto: Divulgação/Netflix
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Já faz algum tempo que os dramas coreanos fazem bastante sucesso na Netflix. Isso acontece muito por causa de suas histórias mais conservadoras, fugindo de tópicos políticos e ideológicos, focando apenas em um bom roteiro. O exemplo mais recente disso é o seriado A Killer Paradox, que por semanas permaneceu no top 10 de programas mais assistidos da plataforma de streaming.

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Na série de oito episódios, acompanhamos Lee Tang, um jovem que acabou de sair do exército e está completamente desencantado com a vida. Sua única pretensão é viajar para o Canadá. O personagem é vivido de maneira bastante convincente pelo ator Choi Woo-shik, uma das estrelas de Parasita, filme coreano que brilhou no Oscar em 2020.

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Tudo muda certa noite, quando Tang encerra o turno no mercadinho onde trabalha e encontra um bêbado caído no chão. Ele tenta avisar um amigo do homem desacordado que o dito cujo precisa de ajuda, mas esse amigo resolve atacar Tang, que se defende com um martelo que carregava na bolsa. O jovem não esperava que o golpe matasse o estranho, dando início a uma grande investigação sobre o homicídio.

Nessa cena, o espectador conhece algumas das principais características da série. A martelada em câmera lenta lembra bastante o estilo das histórias em quadrinhos, e isso não é à toa. A Killer Paradox nasceu como um mangá de dez capítulos na plataforma Webtoon. A aparição de uma mulher cega e estilosa logo após o assassinato reforça oo humor negro e outras características da HQ original.

Prazer em eliminar párias

Tang vai se tornando cada vez mais paranoico e acaba em um jogo de gato e rato com um obstinado detetive que investiga o caso. Mas uma curiosidade é revelada: o morto era um serial killer procurado há anos pela polícia. Com essa descoberta, o protagonista se escora na ideia de que “ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão” e passa a se sentir menos culpado.

Tudo isso acontece de maneira tensa e rápida no decorrer do primeiro episódio. Fica parecendo até que a série não tem mais para onde ir. Mas, no episódio seguinte, vem uma de suas maiores reviravoltas: Tang mata outra pessoa acidentalmente e, outra vez, descobre que ela era do mal.

O protagonista pacato então toma gosto pela coisa e vira um serial killer que só mata assassinos, estupradores e outros párias. E é aí que começa o tal do “paradoxo do assassino” que dá nome à série. Tang é mau por matar pessoas ruins?

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Os outros sete episódios vão desenvolvendo essa ideia, sempre com o detetive atrás de Tang e trazendo o necessário contraponto da busca pela justiça, evitando assim que a figura de um matador destemido seja glorificada. De toda forma, A Killer Paradox fica cada vez mais interessante conforme a situação se complica e o espectador acaba sem saber onde a história irá parar ao longo dos capítulos. Para quem é fã de suspenses e investigações policiais cabeludas, esse é um produto dos mais interessantes, fugindo do trivial ao oferecer uma boa discussão sobre ética, ponderando entre o que é considerado certo e errado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]