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 | Átila Alberti/Tribuna do Paraná
| Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Mais de 24 horas após o início do motim na Casa de Custódia de Curitiba (CCC), quatro agentes penitenciários continuam reféns na unidade prisional. Depois de um dia tumultuado, as negociações com a liderança dos 172 detentos do local foi suspensa no fim da tarde desta segunda-feira (2), e, de acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), deve ser retomada na manhã de terça.

Os rebelados pedem a transferência de outros sete detentos para a Casa de Custódia. “A urgência desses detentos em conseguir a transferência dos outros existe porque todos eles são jurados de morte por facções. A CCC é um dos únicos lugares onde não há membros dessas facções”, explica Omar Campos da Silva Junior, advogado de alguns dos presos. Conforme o advogado, o contexto que gerou a situação teve início há cerca de dois meses, quando foram conseguidas decisões judiciais para o retorno dos detentos a Curitiba e as mesmas não foram cumpridas.

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Presidente do Sindicato Dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Ricardo de Carvalho Miranda explica que os quatro reféns não foram agredidos fisicamente, apenas psicologicamente, e a situação encontra-se controlada. Ao Paraná TV 2.ª edição, da RPC, Miranda criticou a falta de investimentos do governo do Paraná no sistema prisional. “O governo do estado fez uma política de não se investir no sistema prisional, deixou precarizar toda essa situação, e agora os atores que trabalham dentro da penitenciárias acabam sofrendo”.

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Um refém chegou a ser liberado ao longo do dia, e segundo o Depen, ele saiu com ferimentos leves. A liberação foi contrapartida para a transferência de um dos detentos, que veio de Ponta Grossa ainda nesta segunda. As negociações estão sendo feitas com o intermédio do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Confusões

Ainda conforme o Paraná TV, um princípio de tumulto aconteceu durante a tarde, quando um dos presos telefonou para a esposa, que estava do lado de fora do CCC. “Estão ameaçando os presos. Se não entregar, eles vão entrar e matar todo mundo”, disse o detento.

Para o capitão da Polícia Militar Márcio Roberto da Silveira, porém, a rebelião se aproxima do fim. Segundo ele, as exigências dos presos teriam sido ouvidas e aceitas, mas ainda não atendidas.

“A situação está caminhando para o fim de maneira pacífica, as reivindicações dos amotinados foram analisadas e na medida do possível, serão contempladas, mas não de maneira imediata. Mas assim que possível, todas as manifestações e exigências serão contempladas . Eles pediram transferência de alguns presos do interior que seriam membros da ‘Mafia Parananense’, uma facção criminosa, porque estes presos estariam sofrendo ameaças no interior do estado e na visão dos amotinados, na Casa de Custodia de Curitiba, os presos estariam mais seguros”, disse Silveira. As outras penitenciárias do interior, enquanto isso, seriam controladas pela organização criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).

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