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Baleia Azul: Grupo de elite da Polícia Civil terá apoio de psicólogos em investigações

Equipes do COPE estão nas ruas desde o início da manhã desta quarta-feira para conversar com famílias de jovens que tentaram suicídio ou se automutilaram

Equipes do Cope estão nas ruas  para ouvir as famílias dos adolescentes que foram internados com suspeita de tentativa de suicídio. | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Equipes do Cope estão nas ruas para ouvir as famílias dos adolescentes que foram internados com suspeita de tentativa de suicídio. (Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo)

O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) está investigando se os oito jovens que tentaram se suicidar desde a última terça-feira (18) em Curitiba estavam participando do jogo conhecido como Baleia Azul. Segundo a delegada Monica Meister, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), psicólogos da unidade especializada vão apoiar o Cope no atendimento às vítimas e famílias.

ORIENTAÇÃO - saiba como identificar e auxiliar em casos de adolescentes no desafio da baleia azul

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De acordo com o delegado do Cope, Marcelo Magalhães, equipes da unidade estão nas ruas desde o início da manhã desta quarta-feira (19) para localizar as famílias dos jovens. O Cope quer tentar comprovar a ligação das tentativas de suicídio com o jogo que surgiu na Rússia e propõe 50 desafios aos adolescentes, sendo o último deles o suicídio. “Nosso delegado geral [Julio Cezar dos Reis] pediu que investigássemos essa ligação após uma comunicação da secretaria municipal da Saúde sobre esses casos”, contou o Magalhães.

A prefeitura de Curitiba divulgou que ocorreram cinco tentativas de suicídio na cidade durante a madrugada de terça-feira (18) e outras três automutilações desde esse período. Alguns desses jovens tomaram overdose de remédios. Dois jovens em Minas Gerais tiraram a própria vida nas últimas semanas em suicídios que são investigados pela polícia civil mineira por aparentemente terem ligação com o jogo.

Indiciamento

Magalhães ressaltou que como notícias sobre o jogo surgiram muito recentemente no país, as investigações policiais estão no início. Ele argumentou, entretanto, que a polícia estuda também a possibilidade de indiciamento por homicídio de pessoas que estejam fomentando o jogo na internet ao atuarem como administradoras de grupos fechados em redes sociais, como WhatsApp e Facebook.

“Não descartamos a hipótese de haver indiciamento até por tentativa de homicídio porque há uma lavagem cerebral durante 50 a 60 dias, que é o prazo para que todas as 50 tarefas sejam realizadas. Essas pessoas [administradoras dos grupos] estariam incutindo ideias na cabeça de adolescentes que não pensavam sobre isso, para que houvesse resultado morte”, disse o delegado.

Apesar de o indiciamento por homicídio ainda ser uma hipótese, a certeza é que a indução ao suicídio é crime previsto no artigo 122 do Código Penal, com pena de reclusão de 2 a 6 anos, caso o resultado seja a morte da vítima. Se a tentativa de suicídio resultar em lesão corporal grave, a pena é de 1 a 3 anos. Há agravante se a vítima for menor de idade.

Magalhães disse também que as famílias devem estar atentas a mudanças comportamentais e conversar com os adolescentes. Além disso, os pais devem denunciar ao serviço 181 suspeitas e informações sobre grupos fechados de redes sociais que façam apologia a quaisquer crimes, em especial à indução ao suicídio. “Pelo que estamos levantando esse jogo pega crianças e adolescentes já vulneráveis. Aconselhamos que as famílias conversem com as crianças, apontem os riscos e especifiquem que esse jogo não trará benefício algum”, salientou.

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