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Restauro de livros antigos na Biblioteca Pública do Paraná. Foto: Jaelson Lucas/AENPR
Restauro de livros antigos na Biblioteca Pública do Paraná. Foto: Jaelson Lucas/AENPR| Foto: Jaelson Lucas

A Biblioteca Pública do Paraná, no Centro de Curitiba, tem alguns livros que não podem ser emprestados por qualquer pessoa. São obras raras e antigas do acervos, algumas das quais chegam a ficar guardadas em um cofre, dentro de uma sala especial. É o caso do exemplar mais antigo de toda a biblioteca: de 1584, ou seja, um exemplar de 435 anos. A obra intitulada Orlando Furioso foi escrita em 1516 pelo italiano Ludovico Ariosto. O exemplar foi descoberto séculos depois, por acaso, no depósito da biblioteca, ainda na década de 90.

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De poesia épica, Ariosto é considerado um dos grandes poetas de seu século. De acordo com a Biblioteca Pública, a sala onde esta e outras obras raras ficam guardadas foi reformada recentemente, e agora tem uma série de especificidades. Além de ter acesso restrito, o espaço tem a temperatura regulada com ar condicionado e mantida sempre entre 18ºC e 20ºC. A iluminação do local, por sua vez, também é feita com lâmpadas especiais. Tudo isso para evitar que o calor e a luz danifiquem os livros — que já são extremamente sensíveis devido ao tempo de existência.

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Por outro lado, quem tem contato com os exemplares também precisa de algumas precauções. É exigido o uso de máscara, luvas e às vezes até mesmo avental para fazer o manuseio desses livros. O motivo é justamente a idade das obras, que podem ter acumulado fungos e bactérias muito antigos e prejudiciais à saúde.

O acesso à sala geralmente é autorizado a pesquisadores, que usam os livros como referências para seus trabalhos. Mas mesmo eles não podem xerocar as páginas ou fotografá-las com flash. “Tomamos esses cuidados para que os livros durem ainda muito tempo. Temos livros com quase 500 anos e esperamos que eles estejam conservados pelos próximos 500”, explica a bibliotecária Lidiamara Gross, chefe da Divisão de Coleções Especiais da Biblioteca Pública do Paraná, à Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.

Orlando Furioso

Como se trata da obra mais antiga de toda a biblioteca, Orlando Furioso tem o acesso ainda mais restrito, e por isso fica guardado em um cofre. No entanto, antes de ter sido “resguardado”, por assim dizer, o livro foi totalmente digitalizado pela equipe do acervo. Assim, é possível acessar a versão digital por meio do site da biblioteca.

Em todo o Brasil, tem-se conhecimento de apenas mais uma obra desta mesma edição. Ela fica armazenada na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Quanto ao autor da obra, Ludovico Ariosto, trata-se de um italiano que nasceu em 1474, e por muitos é considerado o poeta épico mais notável de seu século.

Seção de raridades

A seção de livros raros da BPP está sendo recatalogada neste mês de abril, e por isso ainda não há um número exato da quantidade de obras. Além de livros, a seção conta com revistas, publicações diversas e uma coleção de ex-libris (rótulo que era colado geralmente na contracapa do livro para identificar seu dono) que pertenceu ao pesquisador Ely de Azambuja Germano, adquirida pela biblioteca em 1981. “Esses materiais são fundamentais para pesquisadores. Um exemplo é a coleção de livros com as leis da província, da época em que o Paraná ainda não tinha se emancipado do Estado de São Paulo”, destaca Lidiamara.

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