Sem remédio, hospital particular empresta kit intubação da prefeitura de Curitiba
| Foto: Divulgação/Sesa

O estoque de medicamentos para intubação na UTI segue preocupante em Curitiba, não só pela sobrecarga de pacientes com Covid-19, mas também por de outras enfermidades, em especial traumas causados por acidentes de trânsito, casos de violência e outros. O problema é principalmente na rede privada de hospitais. Ao ponto de a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ter de emprestar doses a um hospital nesta quarta-feira (2). Com os hospitais colapsados, terça-feira (1.°) a ocupação dos leitos de UTI exclusivos de Covid-19 era de 104%. Diante disso, Curitiba está na bandeira vermelha, com lockdown, até 9 de junho.

"Acabei de acudir um hospital que pediu medicamento de intubação. A gente tem tentado ajudar, mesmo não sendo nossa atribuição, nessa parceria com a rede privada", informou a secretária municipalde Saúde, Márcia Huçulak em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC, nesta quarta.

A secretaria não informou qual seria o hospital da rede particular acudido nesta quarta. Mas confirmou que o estoque do sistema de saúde da prefeitura também é preocupante, com medicamentos para o período máximo de uma semana a dez dias. "Estamos sempre buscando a compra. Mas o mercado não tem conseguido abastecer a contento os hospitais. No caso desse hospital, ele está para receber, mas não recebeu. Então fizemos um empréstimo", concluiu Márcia.

Ao longo de toda a pandemia, a rede privada tem enfrentado dificuldade na reposição de medicamentos. As dificuldades são a altíssima demanda desses medicamentos, a qual a indústria não consegue dar conta, e a inflação descontrolada no preço desses remédios, que por não serem encontrados com facilidade, chegam a custar até dez vez mais do que o valor de antes da pandemia.