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| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Parana

O promotor João Nilton Salles, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), solicitou, nesta segunda-feira (26) que seis dos sete indiciados pela morte do jogador Daniel tenham a prisão temporária convertida em preventiva. Isso significa que os acusados, incluindo Edison Brittes Junior, Cristiana e Allana, devem permanecer presos por tempo indeterminado. Também na tarde desta segunda, o promotor pediu a soltura Eduardo Purkote, um dos suspeitos, que havia sido indiciado por lesões corporais graves. A Justiça acatou o pedido e ele já está em liberdade.

A extensão da prisão dos seis segue a recomendação do delegado Amadeu Trevisan, da Polícia Civil, responsável pelo inquérito, entregue ao MP na última quarta-feira (21). No entanto, a denúncia oficial dos envolvidos no assassinato ainda não foi apresentada à Justiça. Isso deve ser feito pelo MP-PR ainda nesta semana.

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Já Purkote foi liberado pela juíza Luciani Regina de Paula, e deixou, ainda nesta segunda, a prisão onde estava detido desde o dia 15 de novembro, em São José dos Pinhais. De acordo com o promotor, o rapaz, de 18 anos, seria apenas uma testemunha presencial e os os outros envolvidos tentaram incriminá-lo.

O que outros suspeitos haviam dito é que Purkote teria sido quem arrombou a porta do quarto em que estavam Cristiana Brittes e Daniel, além de quebrar o celular e agredir do jogador. Segundo o advogado de defesa de Purkote, Ricardo Dewes, o rapaz se mostrou aliviado e feliz com a decisão: “Era um absurdo ele estar preso falando a verdade”.

Cristiana será denunciada por homicídio

O MP-PR decidiu que Cristiana Brittes, 35 anos, também será denunciada por homicídio pela morte do jogador Daniel. O motivo seria que Salles acredita que a mulher “teria dado intimidade” a Daniel para fazer as brincadeiras nas mensagens de Whatsapp, em que o atleta enviou a um amigo fotos ao lado da esposa de Edison, que estava dormindo, na cama do casal.

“Ela teria dado toda a possibilidade de acreditar que aquela brincadeira estaria dentro da normalidade, nas circunstâncias que deram”, declarou o promotor em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, que foi ao ar no último domingo (26).

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A defesa da família Briittes voltou a afirmar que o crime ocorreu depois da tentativa de estupro - o que a polícia diz que não ocorreu. Além disso, o advogado Cláudio Dalledone Júnior considera absurdo o pensamento de que a culpa para a importunação sexual seria de Cristiana: “É estarrecedor o argumento de que seria ela a causadora dos crimes de importunação sexual e tentativa de estupro dos quais foi vítima, enquanto dormia em seu quarto”, disse Dalledone.

O caso

O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.

À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia. O jogador chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.

Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. De acordo com o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, Eduardo afirmou em seu depoimento nesta segunda-feira (12) que viu Edison pegar a faca na cozinha da residência.

Antes de ser preso, o empresário chegou a ligar para a família e para amigos de Daniel a fim de prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.

Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.

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