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Abalo desta terça-feira (14) em Rio Branco do Sul veio com um grande estrondo.
Abalo desta terça-feira (14) em Rio Branco do Sul veio com um grande estrondo.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Pela terceira vez em menos de um mês, a cidade de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba, voltou a sentir os efeitos de um terremoto. Exatamente uma semana após a última ocorrência, o sistema do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) voltou a registrar outro abalo na cidade na madrugada desta terça-feira (14), de 2,3 graus na Escola Richter, que vai até 9.

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Moradores relatam que o abalo foi sentido por volta de 3h45 da madrugada desta terça. O da semana passada foi sentido às 21h36 de terça-feira (7), com 2,2 graus. Já o primeiro abalo de 2019 em Rio Branco do Sul foi no dia 23 de abril, às 4h30 da madrugada, com 2,5 graus na Escala Richter.

Sentir a terra tremer pela terceira vez em tão curto espaço de tempo assustou quem mora em Rio Branco do Sul. "Eu estava acordada quando ouvi a cama batendo e as janelas tremendo. O barulho parecia um trovão abafado, só que de dentro da terra. Desta vez eu não saí de dentro da casa porque foi rápido, mas fiquei preparada caso a terra voltasse a tremer”, relata a costureira Clea Fernandes, de 44 anos.

Assim que sentiu o tremor, Clea enviou mensagem para um grupo de amigas. "Elas também disseram que sentiram o tremor", diz a costureira.

Tremor assustou amigas no grupo de Whatsapp de moradoras de Rio Branco do Sul. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Tremor assustou amigas no grupo de Whatsapp de moradoras de Rio Branco do Sul. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

O catador de recicláveis Levi Prestes Monteiro, 54 anos, também acordou assustado com o estrondo. “O barulho vem alto e conforme vai sumindo, mas as coisas continuam tremendo dentro de casa”, afirma. Na casa de Levi há rachaduras que ele não sabe se podem ter surgido ou dos tremores causados pelas explosões das pedreiras da região ou dos terremotos. "Quando você percebe que o barulho não vem da explosão na pedreira dá muito medo. Por mais que tenha sido rápido, a sensação é de tontura", ressalta.

A comerciante Mirtes Boltin, de 50 anos, não sentiu o abalo desta terça. Mesmo assim, afirma estar com medo desde abril de 2017, quando o terremoto mais intenso atingiu a cidade, com 3,5 graus na Escala Richter. “Este é o quarto em um curto espaço de tempo. Como minha casa fica no alto do morro, dá medo de desmoronar", conta.

Explicação

Há uma possível explicação para os três abalos sísmicos em sequência em Rio Branco do Sul. Muitas vezes quando as placas tectônicas se movem a tensão acumulada é liberada aos poucos. Com isso, há possibilidade de tremores em sequência como esses.

“Mas só um estudo mais específico pode dizer ao certo o que  está acontecendo neste caso”, aponta o técnico em sismologia do Centro de Sismologia da USP José Roberto Barbosa.

A Defesa Civil de Rio Branco do Sul realizou um pedido a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para que haja um estudo do caso e se haverão novos tremores de terra no local. "Nós precisamos saber o que está acontecendo e o que está por vir para orientar a população e agir de forma eficaz", conta o bombeiro Thiago Brito.

O geólogo Renato Eugenio de Lima, coordenador do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid) da UFPR reconhece que as ocorrências estão acontecendo com padrão anômalo e que merecem ser investigados. "A frequência tem sido incomum, assim como a repetição da intensidade na escala", explica o professor em nota encaminhada pela UFPR.

Outro fator que tem chamado a atenção é que os centros dos sismos têm ficado mais rasos - ou seja, mais próximos da superfície.

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