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| Foto: Ivan Pereiras/Colaboração

A chuva e os ventos fortes que atingiram Curitiba no último sábado (3) quase acabaram em tragédia para uma família da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que ficou cerca de 24 horas sem energia elétrica. Na região, mora o menino Pedro Pereiras, de 2 anos, que depende de aparelhos elétricos para viver: um concentrador de oxigênio e um limpador de traqueostomia. Os pais de Pedro, Giovana e Ivan Pereiras, dispõem de um no break, que permite que os aparelhos funcionem brevemente sem alimentação elétrica - mas a bateria extra estava quase acabando quando, por volta das 18h30 de domingo, a luz voltou na residência da família.

“A gente viveu momentos de desespero durante a tarde de domingo, porque o Pedro só pode ser removido de casa com ambulância”, explica Pereiras, de 38 anos, que é motorista de aplicativo. Conseguir uma ambulância, porém, também não é tarefa fácil se o caráter não for de extrema urgência. Normalmente, para levar o menino em consultas médicas, por exemplo, é preciso agendar o serviço e mesmo assim não é sempre que o veículo está disponível. Segundo o pai de Pedro, ele tem uma síndrome rara – Magaencephaly capylari malformation syndrome – a que o deixou com glaucoma, deformidade nos membros e, um dos sintomas mais graves, uma interrupção na válvula que controla o fluxo de ar do corpo.

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O fornecimento de energia foi interrompido na noite de sábado, por volta das 19h. Mas a situação não causou apreensão na família logo de princípio, porque o serviço foi restabelecido em grande parte da região poucos minutos depois. “Então pensamos que a luz voltaria logo para nós também. Mas só esse trecho da minha rua acabou ficando até domingo sem”, explica.

Pequenas quedas na eletricidade costumam ocorrer eventualmente na propriedade, que fica na rua Ângelo Marqueto, mas todas elas muito mais rápidas. “Desde que o Pedro nasceu já aconteceu de cair a luz umas oito vezes, mas nenhuma foi tão longa”, estima Pereiras. De acordo com o pai, o ideal seria a família ter um gerador de energia próprio, mas a família ainda não conseguiu arcar com os custos do aparelho. Giovana está desempregada, e, além de Pedro, o casal tem mais uma filha, de 9 anos, que mora no local.

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Além da família, pelo menos outros cinco vizinhos teriam ligado para a Copel solicitando a manutenção o mais breve possível. Mesmo assim, houve a demora. “Mas assim que a equipe chegou, no fim da tarde de domingo, eles resolveram o problema em poucos minutos”, afirma Pereiras.

Em nota, a Copel informou que somente na capital, 150 mil consumidores ficaram sem energia no último sábado, configurando interrupção em situação de emergência - o que justificaria a impossibilidade de atender toda a demanda da cidade. Ao todo, a empresa explica que cerca de 70 equipes trabalharam continuamente, contando com a força de trabalho de eletricistas que estavam de folga. No entanto, a companhia não explicou o motivo da queda de energia na rua de Pedro.

Questionada pela reportagem sobre o caso da residência da família Pereiras, a Copel informou que orienta que pessoas que necessitam de aparelhos elétricos para sobrevivência devem ser removidas de casa durante situações calamitosas. Mas, como Pereiras explicou, isso não é facilmente de resolver no caso de Pedro, que não consegue andar ou sentar e só pode sair de casa com auxílio da ambulância.

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