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João Rafael Kovalski desapareceu em 24 de agosto de 2013, no bairro Capelinha, em Adrianópolis.
João Rafael Kovalski desapareceu em 24 de agosto de 2013, no bairro Capelinha, em Adrianópolis.| Foto: Marco Andre Lima/Tribuna do Paraná/Arquivo

O desaparecimento de João Rafael dos Santos Kowalski completa seis anos neste sábado (24). Em 2013, à época com 2 anos, o menino sumiu na zona rural de Adrianópolis, cidade do Vale do Ribeira e que fica a 120 quilômetros de Curitiba, mas que faz parte da Região Metropolitana. Hoje a criança teria 7 anos - a imagem abaixo mostra a projeção feita pela Polícia Civil de como ele estaria atualmente.

| Divulgação / Polícia Civil

Quando a polícia iniciou as investigações, duas hipóteses foram averiguadas: a de sequestro, ou a de que João caiu no rio que passa atrás da casa da família.

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A principal hipótese da delegacia de Adrianópolis e do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) é a queda no rio, apesar de nunca terem conseguido validar a forte suspeita. Já a mãe do menino, Lorena Cristina Conceição, acredita na versão de sequestro e quer que seja feita uma acareação entre pessoas que foram investigadas na época do sumiço pela possibilidade de sequestro.

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“Os delegados [que passaram pelo caso] têm plena convicção de que o João está morto no rio. Mas eu que moro aqui, assim como outras pessoas, sabemos que não. Se não a gente tinha achado. Nesses seis anos, quanta gente caiu no rio, mas foi encontrada, morta ou viva. Por que não iriam achar o João? Com o tempo, Deus faz você enxergar as coisas. Meu coração diz que ele não caiu no rio. Se não foi sequestrado, alguém matou e enterrou”, desabafa a mãe.

Família sofre

Nesses seis anos que se passaram e nada acalma a dor e a inquietação de Lorena. Ela conta que alterna momentos bons, em outras horas vive o velório de um filho que nem sabe se está morto ou vivo. Em outras, diz que vem uma depressão forte. “Eu penso: o que eu fiz para merecer esse castigo? Fico imaginando como ele pode estar hoje. Esse retrato que fizeram (progressão de como João estaria hoje, com sete anos), ao mesmo tempo que é bom, para divulgar, para mim é horrível, me dá muita angústia. Eu já perdi o que é mais sagrado para uma família, uma criança. Não tenho mais força, não sei mais o que fazer”, conta

A mãe de João Rafael diz que sempre que sente o desespero chegando, tenta erguer a cabeça, respirar e seguir em frente. Afinal, o garoto tem uma irmã gêmea. A mãe conta que a menina passa mal todos os anos, quando chega o aniversário dela e do irmão. Lorena já tentou fazer diversas festinhas de jeitos diferentes para a criança, mas a menina não se esquece o irmão e não gosta de nenhum tipo de festa. “Penso que ela um dia vai esquecer. Mas ela nunca esquece. Esse ano não sei se vou fazer algo para ela. A gente nunca para de sofrer”, lamenta a mãe.

Investigação

Por causa da repercussão nacional que o caso teve, o Serviço de Investigação de Pessoas Desaparecidas (Sicride) recebe, até hoje, informações de crianças parecidas com João Rafael, em vários cantos do Brasil. A polícia afirma que todas as denúncias são averiguadas. E o curioso é que, na maioria dos casos, as crianças realmente são parecidas com João. Muitas denúncias vieram de Santa Catarina, onde há pessoas com características físicas parecidas com o menino. Mas uma perícia é feita em todos os casos que chegam.

A delegada Patrícia Paz assumiu o Sicride há alguns meses. Uma das primeiras ações que fez foi pedir que fosse feita a projeção de como estas crianças desaparecidas estariam hoje. O de João Rafael foi o primeiro. Os cartazes com as projeções continuam a ser espalhados por todos os cantos.

Patrícia analisou todo o inquérito e continua a seguir na mesma linha dos delegados que passaram anteriormente pelo caso: a de que o menino caiu no rio atrás da casa da família. “Foram feitas muitas análises, perícias, o Instituto de Criminalística analisou o rio e a região. Então essa é a linha mais forte. Mas como as análises não foram conclusivas, isso nos faz continuar com o caso em aberto, investigando e recebendo denúncias”, diz ela, ressaltando que, como o corpo nunca foi encontrado, não é possível afirmar com absoluta certeza a versão de queda no rio.

A delegada ressalta que o inquérito, conforme a jurisdição do caso, corre pela delegacia de Adrianópolis. Mas, assim como toda situação de desaparecimento de crianças, a delegacia local recebe o apoio investigativo do Sicride. Mesmo que algum dia a Justiça entenda que o inquérito deva ser arquivado (por ter se passado muitos anos sem solução), diz Patrícia, o Sicride vai continuar averiguando todas as denúncias que chegarem em relação ao João Rafael, ou qualquer outra criança desaparecida.

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