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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo

Com o início das aulas nas principais universidades de Curitiba na segunda quinzena de fevereiro e início de março, estudantes de outras cidades que pretendem cursar o ensino superior na capital começam a procurar imóveis para locação, movimentando o mercado. Em 2017, essa busca contribuiu para um aumento de aproximadamente 5 pontos percentuais (pp) no número total de locações concretizadas na cidade, principalmente em negociações envolvendo imóveis com um ou dois quartos.

De acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), o número de residências de alvenaria com apenas um dormitório alugadas em fevereiro de 2017 foi 6,6 pp maior do que o total registrado no mês de janeiro do mesmo ano. Já a procura por imóveis com dois quartos apresentou crescimento de 6,8 pp no mesmo período. Apartamentos com apenas um dormitório também apresentaram aumento no número de contratos firmados, subindo 5,2 pp.

A vice-presidente do setor de locações no Secovi-PR e corretora de imóveis, Fátima Galvão, afirma que esse resultado não é influenciado somente pelos estudantes, já que fatores como as férias do trabalho também contribuem para o aumento de locações no período. No entanto, ela garante que os calouros representam boa parcela dos novos inquilinos e devem seguir algumas dicas para evitar aborrecimentos durante o processo.

1.Localização

O primeiro fator a ser levado em conta, de acordo com a vice-presidente do Secovi, é a proximidade entre a universidade escolhida e o imóvel. O objetivo é garantir um acesso mais rápido às aulas. “Mas, caso o estudante possua algum amigo ou familiar na cidade, vale a pena escolher um imóvel perto dessas pessoas, para que elas o ajudem na sua adaptação”, aconselha.

2.Transporte público

Se o deslocamento a pé até a universidade não for possível, o estudante deverá verificar a facilidade de transporte público na região. Para isso, é necessário identificar se há pontos de ônibus nas proximidades do imóvel e quais são as linhas que passam pelo bairro. A Urbs – empresa responsável pelo transporte público em Curitiba – disponibiliza um sistema de itinerários online para isso. Nesse sistema é possível traçar rotas, consultar horários e ainda visualizar os pontos de parada no trajeto.

3.Serviços na região

A região escolhida para moradia também deve atender o estudante nos momentos em que ele não estiver na universidade. Para isso, deve oferecer serviços básicos utilizados no dia a dia. “Se você não vai cozinhar em casa, precisará de um lugar para comer que seja próximo e se enquadre em seu orçamento. Da mesma forma, se não for lavar roupa, precisará de uma lavanderia”, exemplifica Fátima. Segundo ela, um serviço que não pode faltar na lista é o de assistência médica. “Isso trará tranquilidade ao estudante e também aos seus pais, que estarão longe”, adianta.

4. Área útil

Verificar se o tamanho do imóvel é suficiente para os moradores pode evitar aborrecimentos. “A maioria das quitinetes escolhidas por estudantes atualmente têm entre 17 e 25 metros quadrados. Elas são pequenas”, comenta a corretora. Por isso, nos casos em que amigos decidam morar juntos para dividir as despesas durante o Ensino Superior, a orientação é optar por imóveis mais antigos, que possuem maior área útil e preços atrativos.

5. Estrutura compartilhada

Já nos casos em que o estudante vai morar sozinho ou não se preocupa em dividir o imóvel – que já é pequeno - com outro colega, apartamentos novos são boas opções devido à estrutura compartilhada que oferecem. “Alguns prédios possuem lavanderia, cafeteria e até aparelhos de ginástica e piscina coberta”.

Por isso, vale a pena analisar as comodidades disponibilizadas e calcular as despesas mensais que elas poderiam cortar, como a mensalidade de uma academia, por exemplo. “Esses imóveis costumam ser mais caros. Então, o estudante e seus pais terão que fazer as contas para ver se morar em um espaço menor vai compensar”.

6. Móveis

O estudante que já possui móveis também precisa garantir que há espaço adequado para eles no imóvel escolhido. Já quem não possui mobília, pode optar por apartamentos mobiliados ou semimobiliados, que facilitam a mudança de uma cidade para outra e ainda evitam gastos com a compra de móveis e eletrodomésticos. “Alguns possuem pia, armários e até fogão e geladeira”, afirma a vice-presidente do Secovi-PR.

7.Prefira imobiliárias

Fátima ainda ressalta a importância de fechar a negociação com uma imobiliária. “Isso garante mais segurança ao inquilino e aos pais, que terão acesso às informações do local escolhido e poderão acompanhar todo o processo junto à empresa”, afirmou. Além disso, diversas imobiliárias de Curitiba aceitam que os próprios pais sejam fiadores de seus filhos – como responsáveis pelo valor do aluguel em caso de inadimplência. “Isso facilita muito”, pontua.

No entanto, mesmo que a imobiliária seja a opção mais confiável, Fátima afirma que a locação direta com o proprietário pode ser vantajosa nas situações em que a família já conhece o dono do imóvel. “O valor pode ser menor nesses casos, mas é importante ressaltar que fica tudo no fio do bigode”, alerta.

8.Pesquise

Ao locar com uma imobiliária também é necessário pesquisar a respeito da empresa antes de fechar o contrato. Sites como o “Reclame Aqui” são excelentes fontes, pois apresentam opiniões de clientes que já conheceram o trabalho da imobiliária escolhida e mostram como a empresa lidou com as situações. “Conversar com familiares e amigos que moram na cidade também é uma ótima forma de conseguir indicações de boas empresas e acertar na escolha”, ressalta a corretora.

9. Garantias

Ao fechar o contrato, a imobiliária vai apresentar diferentes opções de garantia, que deverão ser analisadas pelo locador. Uma das mais procuradas pelos estudantes, de acordo com Fátima, é a apresentação de um fiador, que fica responsável pelo pagamento do aluguel em caso de inadimplência.

Outra opção bastante utilizada é o seguro fiança locatícia. Essa alternativa custa até duas vezes o valor do aluguel e garante ao proprietário do imóvel o pagamento dos encargos assumidos na locação em caso de inadimplência. “Nós aconselhamos sempre essa opção, pois deixa os pais mais tranquilos”.

Também é possível contratar um título de capitalização, concorrendo a premiações durante a vigência do contrato. O custo desse serviço varia entre seis e 12 vezes o valor do aluguel, e o contratante pode receber integralmente o valor investido ao final do contrato. “Caso não cumpra com os deveres assumidos, receberá um percentual um pouco menor”. Além disso, em caso de inadimplência, o proprietário pode solicitar o resgate do título e utilizar o valor para quitar os débitos.

A última opção disponível e a caução de imóveis, que pode cobrar do inquilino até três vezes o valor do aluguel. Segundo Fátima, essa opção tem sido cada vez menos utilizada, mas ainda é permitida pela legislação.

10. Controle das contas

Após o fechamento do contrato, é importante manter o pagamento do aluguel sempre em dia, assim como taxas de condomínio e outras contas mensais referentes ao imóvel. “E, se o pai é o responsável pelos pagamentos, é possível solicitar que o boleto do condomínio seja encaminhado diretamente a ele para facilitar o pagamento”.

Em Curitiba, as quitinetes e apartamentos de um quarto localizados na região central e próximo às principais universidades da cidade cobram aluguel mensal de R$ 450,00 a R$ 600,00 (sem vaga de garagem) e de R$ 650,00 a R$ 900,00 (com uma vaga). Já imóveis com dois quartos na região central variam entre R$ 950,00 a R$ 1.090,00.

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