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Unidade de Saúde Moradias Belém, no Boqueirão, foi alvo de violências distintas num intervalo de 15 dias. | Reprodução/Google Maps
Unidade de Saúde Moradias Belém, no Boqueirão, foi alvo de violências distintas num intervalo de 15 dias.| Foto: Reprodução/Google Maps

Depois sofrer dois episódios de violência em um período de 15 dias na unidade de saúde em que trabalha, uma servidora de Curitiba está passando por tratamento psiquiátrico devido às situações. Ela contou, em vídeo, que os dois casos ocorreram na Unidade de Saúde Moradias Belém, no bairro Boqueirão, e destacou que as situações são similares a outras registradas em unidades de saúde da cidade.

Conforme o relato, no dia 9 de agosto, um paciente do posto colocou uma arma em sua cabeça porque não havia consulta disponível com a médica desejada. O homem teria dito que caso a enfermeira não conseguisse a consulta, ele a mataria. Foi depois dessa ameaça que a servidora, muito abalada, precisou procurar um psiquiatra e iniciar tratamento com medicações calmantes.

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Mas a situação só continuou se agravando: um assalto ao posto ocorreu na manhã de sexta-feira (24), quando ela e mais duas colegas foram levadas para uma sala da unidade por um rapaz armado com uma faca. Ele ameaçou as funcionárias e levou tudo de valor que elas tinham no momento, incluindo celulares, dinheiro, alianças e relógios, por exemplo. Na saída, trancou as funcionárias na sala, com um cadeado por fora.

“Os servidores “não tem segurança nenhuma”. “Estou muito indignada com isso, prefeito (…) Eu quero deixar aqui o meu protesto”, afirma.

E, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), o problema não é exclusividade do posto onde a servidora trabalha - é uma constante em várias unidades.

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Após o vídeo, a coordenadora geral do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos, se pronunciou em favor da colega. “Estaremos em contato com a servidora para dar todo apoio que ela precisa, social e jurídico. A prefeitura faz o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) nesses casos, mas depois de 15 dias não reconhece e o ônus fica todo em cima do trabalhador”, afirma Irene, que teme que a servidora sofra represálias por ter feito uma denúncia pública.

Soluções

A coordenadora do sindicato afirma que o problema de segurança é um erro administrativo da prefeitura, que deixa poucos funcionários nas unidades em determinados momentos do dia, principalmente depois das 17h, horário que o número de assaltos começa a aumentar. “82% dos servidores de saúde são mulheres, mas independente do gênero, a prefeitura precisa melhorar a segurança, pois eles ficam muito vulneráveis em certos horários”, defende.

Procurada, a prefeitura de Curitiba disse que tomou conhecimento do fato na unidade de saúde Moradias Belém e que está tomando providências. Entre elas, a principal promessa é reforçar as rondas da Guarda Municipal nas proximidades das unidades de saúde. Em nota, a administração afirmou, ainda, ter solicitado o apoio da polícia militar para reforçar a segurança.

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Mas o compromisso dessas ações não necessariamente irão resolver o problema, na opinião de Irene. “Entendo que a Guarda Municipal tem prerrogativa de proteger patrimônio público, não o funcionário. Mas o servidor que trabalha oito horas por dia num equipamento público há 30 anos não pode ser considerado um patrimônio público também? Danos materiais podem ser repostos, mas a vida não tem reposição”, argumenta.

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