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Ao todo, foram 430 casos  apenas de furtos entre os meses de janeiro e maio de 2017 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Ao todo, foram 430 casos apenas de furtos entre os meses de janeiro e maio de 2017| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ano começou violento na rede de ensino de Curitiba. Somente nos cinco primeiros meses de 2017, foram 499 atos de vandalismo e furtos nas escolas municipais e nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da rede pública, segundo dados da própria Secretaria Municipal de Educação. Isso representa um aumento de 24,86% em relação ao que foi registrado no mesmo período do ano passado e mostra a escalada da violência. Em média, foram três ocorrências por dia.

Os delitos são os mais variados: pichações em paredes, danos em fiação elétrica, furto de extintores, TVs, computadores, materiais escolares e até mesmo botijões de gás das unidades. Os furtos são os casos mais comuns. Foram 430 entre janeiro e maio. As regionais mais afetadas são exatamente aquelas localizadas em bairros como Boqueirão, Boa Vista, CIC e Bairro Novo.

22 registros

No ano passado, a “campeã” de ocorrências foi o CMEI Hugo Peretti, no bairro CIC, com 22 casos registrados ao longo de 2016.

A situação chegou ao ponto de nem mesmo a horta feita pelos alunos da Escola Municipal Augusto Cesar Sandino, no bairro Santa Cândida, foi poupada pelos criminosos. Eles invadem a unidade para roubar os vegetais. “É o tipo de coisa que não gera um prejuízo financeiro e que nem sempre entra nas estatísticas, mas que expõe o aluno a uma situação de vulnerabilidade”, aponta a secretária Municipal de Educação, Maria Sílvia Bacila.

Pagando a conta

No fim das contas, como sempre, o prejuízo acaba caindo no bolso do contribuinte e, mais especificamente, do próprio sistema de educação, o que reflete na qualidade do ensino prestado aos alunos. Segundo a responsável pela pasta, o custo de manutenção e reposição dos materiais avariados ou furtados sai da mesma verba que a pasta envia para a realização de melhorias gerais nas escolas — o chamado fundo rotativo.

“Esse dinheiro poderia ser empregado na melhoria de equipamentos, na compra de material pedagógico e em ações para a escola e comunidade”, explica. “Mas, no fim, você não pode fazer essas melhorias porque usa o dinheiro para lidar com o vandalismo. É um dinheiro perdido”.

Isso não significa, porém, que professores estão deixando de ser contratados por essa razão, já que valor destinado ao pagamento de salários não sai desse fundo.

A prefeitura não soube quantificar o prejuízo gerado por esses crimes. A secretaria não tem um cálculo exato do quanto as escolas e CMEIs de Curitiba destinam desse fundo rotativo para cobrir o rombo deixado pela violência. Segundo Maria Sílvia, a verba é repassada às unidades e cabe aos diretores fazer a administração, repondo e arrumando aquilo que foi depredado. “A gente não tem como saber se a escola pintou um muro porque ele foi pichado ou se estava realmente nos planos”, exemplifica a secretária.

Segurança

Ao mesmo tempo, a pasta lida ainda com custos adicionais gerados pela falta de segurança. Além do patrulhamento feito pela Guarda Municipal, a secretaria tem um contrato com uma empresa de segurança que faz o monitoramento nas unidades. O custo dessa vigilância privada é de R$ 344 mil mensais aos cofres públicos — cerca de R$ 4,1 milhões ao ano.

Para a secretária de Educação, uma das partes mais críticas do problema é que ele é algo que se origina muito além dos muros da escola. “O vandalismo é fruto de várias questões que estão para além da educação. É todo um cuidado com a cidade, pertença ao local, a relação dos moradores com o bairro. É algo que vai além das nossas ações educativas”, afirma Maria Sílvia.

Ela destacou ainda a importância do papel da comunidade de alertar para possíveis ocorrências. “Se o alarme de uma escola ou CMEI disparar, ligue para a Guarda Municipal pelo 153. O atendimento é rápido e isso ajuda a evitar muitos prejuízos”, destaca

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