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Jogador de futebol vítima dos estelionatários da Caixa  atuou ano passado pelo Furacão. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Jogador de futebol vítima dos estelionatários da Caixa atuou ano passado pelo Furacão.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O atacante Anderson Lopes, que teve passagem pelo Atlético em 2016 e atualmente joga no Sanfrecce Hiroshima, do Japão, está entre as 70 vítimas da fraude em poupanças da Caixa Econômica Federal. Os casos vieram à tona nesta sexta-feira (15), com a Operação Duas-Caras, da Polícia Federal (PF), que prendeu 12 pessoas em Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Guaratuba, além de João Pessoa, na Paraíba. Ao todo são 20 indiciados. As investigações apontam um esquema complexo com o qual a quadrilha desviou R$1,2 milhão.

De acordo com a PF, os saques eram a parte final do “grande esquema criminoso” liderado por um estelionatário “famoso” de Curitiba. Entre os envolvidos está ainda um funcionário do banco que trabalhou até agosto em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e depois foi transferido para João Pessoa. Também faziam parte do esquema um funcionário dos Correios e um funcionário de cartório - que ajudava na falsificação de assinaturas.

Foram dez meses de escuta para desvendar todo o esquema, que segundo a PF já funcionava há um ano e meio.

Para chegar até o dinheiro das vítimas, a quadrilha seguia seis etapas de um processo que começava com a pesquisa e identificação das contas. Os golpisas optavam e procuravam contas com valores grandes e sem histórico de movimentação.

A partir desta identificação, eram coletados dados dos clientes. Depois, vinha a parte de produção de documentos falsos e na etapa seguinte os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a falsa perda do cartão bancário. Assim um novo cartão era enviado e retirado em centros de distribuição dos Correios com uso de documentos falsos ou mesmo na casa dos clientes lesados.

Os golpistas esperavam próximo das residências e abordavam os carteiros com as mais variadas desculpas, mas com os documentos falsos em mãos. Com o cartão em mãos, os executores do crime iam até o caixa eletrônico e sacavam R$ 1.500, que é o valor máximo permitido, e até R$ 5 mil na boca do caixa, valor liberado sem comunicação prévia à gerência.

“Muitos clientes sequer ficaram sabendo dos roubos e acabaram comunicados pela própria Caixa. Alguns deles ainda não sabem, mas já foram ressarcidos”, explicou o delegado Rodrigo Morais Martins da Silva, coordenador da operação.

A operação recebeu o nome de Duas Caras em referência à atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, o que torna a pessoa conhecida por ser “duas-caras”.

Todos os clientes lesados são moradores de Curitiba. Os presos devem responder por furto e estelionato qualificados, falsificação de documentos públicos, falsificação, associação criminosa e peculato, no caso do funcionário da Caixa.

Ramificações

A Polícia Federal segue investigando a quadrilha e novos crimes podem ser descobertos. Segundo informações do delegado Rodrigo Silva um gerente do banco Santander de Paranaguá foi conduzido coercitivamente por ter auxiliado o estelionatário preso a abrir uma conta com documentos falsos. O morador da cidade litorânea foi lesado com empréstimos e compras feitas em seu nome. Para a PF era o início de um golpe que poderia ser a semelhante a elucidada hoje pela Operação Duas-Caras.

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