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Quando a morte chega, o que devemos fazer com as redes sociais deixadas para trás? Se ferramentas como o Facebook ajudam a manter vivas as características e memórias do falecido, elas também podem ser invasivas e dificultar o processo de superação da perda.

Publicação de Ana Júlia na página do facebook da mãe. O gesto demonstra a saudade e o carinho da filha. Reprodução/Facebook

Ana Júlia Maronka, 21 anos, ainda estava comemorando o nascimento da sua filha, Alice, quando a sua mãe, Neli Maronka, 54, faleceu, no dia 29 de setembro, em decorrência de um câncer. A estudante teve de encontrar forças nos amigos e familiares para superar o momento difícil. Nos primeiros dias após o falecimento, porém, ela evitou as redes sociais. “Quando ela partiu, todos queriam saber o que aconteceu, pessoas próximas e não tão próximas. Neste momento, era muito difícil falar sobre o assunto. Eu acho que as pessoas não fazem isso por maldade, é mais uma curiosidade e vontade de ajudar. Porém, existe o tempo da família”, diz.

Para a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Maria Virginia Filomena Cremasco, psicanalista e pesquisadora do processo de superação do luto , as redes sociais assumiram um status como ferramenta de contato social que é irreversível. Com isso, é natural que as pessoas compartilhem diferentes aspectos da vida na web, inclusive as situações relacionadas à perda.

Após o impacto inicial causado pelo falecimento de sua mãe, Ana Júlia retomou o seu hábito de acessar as redes. Além de administrar as suas contas, agora ela tem o compromisso de responder às mensagens enviadas para os perfis da mãe no Facebook, Instagram e Whatsapp. Para a filha, essa é uma possibilidade de entrar em contato com os pensamentos da mãe. “Agora, quando eu entro nas redes sociais, eu percebo o quanto ela era amada e querida por diversas pessoas e recordo das coisas boas que vivemos juntas”, diz.

O fenômeno de publicar homenagens na página do falecido é uma situação comum na web. O Facebook já oferece uma ferramenta em que a página de quem se foi pode ser transformada em um memorial. Também é possível solicitar a exclusão da conta. Nos dois casos, a rede social solicita uma documentação atestando o óbito.

A psicanalista Maria Virgínia diz que as homenagens são uma forma de preservar a memória do morto. “Uma das características das pessoas que lidam com a morte é essa necessidade de manter a memória dos que partiram. É necessário lembrar para não fazer morrer”, diz.

Nos casos envolvendo tragédias, como acidentes de carro ou negligência médica, as redes sociais são utilizadas como ferramenta de militância por familiares e amigos. “Esse comportamento pode permanecer ou ser apenas um momento da pessoa. Depende do processo de luto de cada um”, explica a psicanalista.

Segundo Maria Virgínia, não é possível apontar de forma rígida os lados positivo e negativo desse contato com as lembranças dos falecidos por meio da web. Para a psicanalista, é importante não taxar o comportamento da pessoa enlutada. “O que é mais importante verificar é se essa relação on-line está ajudando a pessoa a compreender a situação do luto”, analisa.

A internet também possibilita a troca de experiências entre as pessoas que perderam um familiar. Em grupos on-line, a pessoa consegue falar sobre a sua dor e se identificar com a dor do outro. “É importante ressaltar que não existe um tempo certo para aprender a lidar com a perda, cada pessoa tem um tempo diferente”, aponta a psicanalista. Assim como a decisão de desarrumar o quarto ou se desfazer de alguns objetos, o momento de acessar as redes sociais de quem se foi é algo que somente a família pode decidir.

Colaborou: Larissa Mayra

Lista de falecimentos:

Adão Guedes da Silva, 63 anos. Profissão: carpinteiro. Filiação: Leandro Guedes da Silva e America de Souza. Sepultamento ontem.

Alfredo Mathias Carneiro, 98 anos. Profissão: agricultor. Filiação: Pedro Mendes Carneiro e Júlia Mathias Carneiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais.

André de Paula Soares, 16 anos. Profissão: estudante. Filiação: Helena de Paula Soares. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.

Annita Maria Perdomcini, 87 anos. Profissão: comerciante. Filiação: João Escrocaro e Paulina Magnani. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Campo Comprido.

Aparecido Pereira, 62 anos. Profissão: metalúrgico. Filiação: João Pereira e Geralda de Andrade. Sepultamento hoje, em local a definir.

Armando Álvaro Alves Bandeira, 85 anos. Profissão: economista. Filiação: Abel Bandeira e Júlia Perath Bandeira. Sepultamento ontem.

Castorino Gomes, 78 anos. Filiação: Pedro Ivo Gomes e Elmira Bueno Gomes. Sepultamento ontem.

Clarinda Bento de Oliveira Jacobi, 92 anos. Profissão: costureira. Filiação: Genuino Bento de Oliveira e Maria da Conceição Oliveira. Sepultamento ontem.

Dacir Domingos da Silva, 66 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Manoel Domingos da Silva e Elvira Prestes da Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Quitandinha, saindo de residência.

Diego da Silva, 30 anos. Profissão: cabeleireiro. Filiação: Graldo Manoel Francisco da Silva e Neusa Correia de Marcos da Silva. Sepultamento ontem.

Dionei Alves, 42 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: João Alves Sobrinho e Denacir das Gracas Calixto Alves. Sepultamento ontem.

Dirce Mattoso da Silva, 93 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Mattoso da Silva e Maria Zayda Mattoso da Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.

Euripedes Rosa de Lima, 68 anos. Profissão: autônomo. Filiação: José Rosa de Lima e Maria da Conceição de Lima. Sepultamento ontem.

Gabriel Willian Staveski Oliveira, 19 anos. Filiação: Gueibom Uilians da Silva Oliveira e Mariane Staveski. Sepultamento ontem.

Gebran Sabbag, 83 anos. Profissão: musico. Filiação: Sake Sabbag e Maria Gebran Sabbag. Sepultamento ontem.

Getúlio Paulo de Godói, 64 anos. Profissão: superintendente. Filiação: Elias Paulo de Godói e Maria Aparecida de Jesus. Sepultamento ontem.

Gicelia Maria Oliveira Roda, 84 anos. Profissão: do lar. Filiação: Waldemar Cândido Oliveira e Maria Oliveira. Sepultamento ontem.

Hilda Yarck, 91 anos. Profissão: do lar. Filiação: Francisco Strobach e Helena Strobach. Sepultamento ontem.

João Natal do Nascimento, 60 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Leandro João do Nascimento e Idalina Eugenia da Conceição. Sepultamento ontem.

Jorge Luís Ribeiro, 50 anos. Profissão: funcionário público municipal. Filiação: Nelson Ribeiro e Amélia Ribeiro. Sepultamento ontem.

José Luciano Fagundes, 46 anos. Filiação: Lucas Manoel Fagundes e Elizia Maria dos Santos Fagundes. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Santa Cândida.

Kevin Wallace Donato, 21 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: Antônio Roberto Donato e Rosileia Soares. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais.

Leonardo Barbosa de Abreu, 23 anos. Profissão: servente. Filiação: Verissimo Joventino de Abreu Neto e Neusa Barbosa. Sepultamento hoje, no Cemitério Santo Ângelo, em Campo Largo.

Leonilda Gomes da Silva, 85 anos. Profissão: cozinheira. Filiação: Miguel Lúcio da Silva e Donatilda Gomes Ferreira. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.

Luiz Gonçalves, 70 anos. Profissão: operador. Filiação: Arquimino Gonçalves e Maria Henrique Gonçalves. Sepultamento hoje, no Cemitério Central de Araucária.

Maria Rita de Oliveira, 49 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: José Benedito de Oliveira e Maria Iraci Ferreira de Oliveira. Sepultamento hoje, no Cemitério Memorial da Vida, em São José dos Pinhais, saindo de residência.

Maria de Lourdes Santos de Andrade, 57 anos. Profissão: doméstica. Filiação: Procópio dos Santos e Nerci Machado Santos. Sepultamento ontem.

Maria de Nazaré Bessa de Jesus, 49 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: Pedro Galdino Bessa e Raimunda da Cruz Bessa. Sepultamento ontem.

Nelson Antônio Oliveira Lopes, 67 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Capistrano de Oliveira Lopes e Eliza Seguro Lopes. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Campo Largo.

Ondina Pedao Ivankio, 65 anos. Profissão: agricultor. Filiação: José Pedao e Matilde Mendes da Rocha. Sepultamento hoje, no Cemitério Colônia Marcelino, em São José dos Pinhais.

Paulo Cezar Hansen, 64 anos. Profissão: contador. Filiação: José Theolindo Hansen e Orelia Maria Hansen. Sepultamento ontem.

Pedro Pereira de Andrade, 63 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Domingos Ferreira de Andrade e Itervina Euzebio de Carvalho. Sepultamento ontem.

Rita Rodrigues de Paula, 85 anos. Profissão: do lar. Filiação: João Rodrigues do Prado e Leberalina Vieira. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Metropolitano, na Fazenda Rio Grande.

Rosemary Ogleari, 58 anos. Profissão: secretária. Filiação: Berto Nelson Ogleari e Diva Therezinha Ogleari. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.

Rute Liggeri da Silva, 91 anos. Profissão: do lar. Filiação: Stevam Liggeri e Júlia Liggeri. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.

Sara de Assis, 48 anos. Profissão: do lar. Filiação: Percival Nicoline de Assis e Jovelina Maria de Assis. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Paz.

Stelamar Nandi Becker, 40 anos. Profissão: engenheira civil. Filiação: Osmar Rech Becker e Aide Nandi Becker. Sepultamento ontem.

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