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Superintendente do Ibama acredita que bugio é um animal idoso que se desgarrou do bando. | Marco Charneski/Tribuna do Parana
Superintendente do Ibama acredita que bugio é um animal idoso que se desgarrou do bando.| Foto: Marco Charneski/Tribuna do Parana

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) contestou nesta terça-feira (20) a afirmação da diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Edilaine Vieira, de que somente o órgão federal poderia fazer o manejo do macaco que agrediu um bebê ao invadir um apartamento em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A criança, de um ano, foi mordida pelo animal no último dia 14 e teve ferimentos profundos na cabeça. Como o crânio chegou a ficar exposto, a menina teve de passar por cirurgia para reconstituir o couro cabeludo.

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Na segunda-feira (19), um técnico do IAP chegou a ir ao bosque onde vive o bugio, um dos maiores primatas do Brasil. Policiais do Batalhão Força Verde da Polícia Militar (PM) e um médico veterinário da prefeitura de Araucária chegaram a ser mobilizados para a captura. Mesmo assim, o órgão estadual proibiu a ação, alegando que essa demanda seria do Ibama. Entretanto, a direção do Ibama no Paraná rebateu o posicionamento do IAP em entrevista à Gazeta do Povo. “O instituto estadual também tem autonomia para tomar essa decisão de captura de um animal silvestre”, apontou o superintendente do Ibama no estado, Julio Gonchorosky.

O superintendente afirmou que o Ibama está disposto a avaliar o caso, mas que não foi feito um pedido formal de ajuda. “Não identificamos nenhum registro até agora”, enfatizou. Segundo Gonchorosky, para que o caso seja avaliado, é necessário que um representante do condomínio procure pessoalmente a sede do órgão em Curitiba e protocole a solicitação. Com isso, técnicos poderão avaliar a situação e verificar qual é a melhor solução.

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Inicialmente, o superintendente defendeu que retirar o macaco da floresta não é o ideal, já que o condomínio foi construído recentemente, há quatro anos, ao lado de uma área de mata fechada. “Quem licenciou o condomínio naquela área sabia que se tratava de uma área verde onde há animais”, pontuou.

O representante do órgão federal também salientou que não há como retirar todos os animais silvestres que vivem no entorno do prédio. “Quem mora ali precisa aprender a conviver com o que resta da natureza”. De acordo com ele, outros animais, como macaco-prego e quati, também podem viver na região e aparecer no condomínio. “Não dá para tirarmos todos os animais da floresta por essa proximidade”, explicou.

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A melhor alternativa, diz Gonchorosky, é tentar afugentar o animal do prédio, mas sem violência. Assim, a melhor maneira é não alimentá-lo. “Se o macaco não tiver mais acesso à comida, possivelmente vai embora. Esse bugio parece ser um individuo velho que foi excluído do bando e está apenas procurando alimento”, deduziu.

De acordo com o diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Araucária, Bruno Tonel Ostuka, o condomínio está em perímetro urbano e teve permissão do IAP para ser construído. A própria prefeitura também emitiu alvará por se tratar de uma área residencial.

Protocolo

Segundo o síndico do prédio onde a criança foi ferida, Ed Dimas da Cunha, pedidos de remoção do macaco foram encaminhados ao Ibama antes do ataque à criança. “Mas, assim como o IAP e a Força Verde, eles também falaram que a responsabilidade não era deles e nós nem conseguimos formalizar nosso pedido”, disse.

Cunha foi à sede do Ibama, mas ainda não conseguiu formalizar o pedido. Uma equipe do órgão federal prometeu ir até o condomínio na quarta-feira (21).

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