A vereadora Indiara Barbosa (NOVO) anunciou, na sessão desta quarta-feira (31) da Câmara Municipal de Curitiba, que vai se licenciar do cargo por motivos de saúde. Visivelmente emocionada, a vereadora mais votada nas últimas eleições municipais comunicou que ficará temporariamente afastada dos trabalhos no Legislativo para cuidar da gestação de sua segunda filha, Laura.
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Em seu pronunciamento, feito logo no início da sessão, Indiara disse estar feliz por ter retornado à Câmara após um período de afastamento em agosto. Ela classificou como “muito difícil” a decisão de ter que se afastar temporariamente dos trabalhos como vereadora, e agradeceu o apoio que tem recebido de vereadores e servidores da casa. Ela deu mais detalhes sobre o quadro de saúde que a levou a pedir pelo afastamento.
“Um dos motivos pelos quais entrei na política foi, também, deixar uma cidade, um país melhor para meu filho. Como mulher, como mãe, eu ainda tinha um objetivo, tinha vontade de ter mais um filho. Nesse ano eu tive essa felicidade de gerar uma vida. Dessa vez é uma menina, a Laura. Até o começo de agosto eu tive uma gestação tranquila, estava tudo bem. No começo de agosto, no final de semana antes de voltar às sessões, um dos exames não foi muito bem. Tive algumas complicações e o médico recomendou que eu diminuísse o ritmo e pegasse mais leve para que corresse tudo bem com a gestação”, revelou.
Vereadora garantiu que está tudo bem com ela e com a filha
Indiara chegou a participar de algumas sessões e reuniões da Câmara Municipal de Curitiba de forma remota, mas a recomendação mais recente por parte da equipe médica que acompanha a gestação foi de repouso absoluto. “Está tudo bem comigo, com a Laura, mas ela está pequenininha, crescendo menos do que deveria. Para que ela cresça mais, para que ela não nasça antes da hora, essa é a minha decisão agora, pegar uma licença médica definitiva e me afastar”, contou.
Gravidez durante mandato é caso raro na Câmara Municipal de Curitiba
A vereadora lembrou que ela é a segunda mulher eleita na Câmara Municipal de Curitiba a ficar grávida durante o mandato. O caso anterior, disse, foi na década de 1940. “Até para entender como fazer a diretoria da Câmara, os funcionários, a procuradoria, a gente teve que estudar o regimento, a lei orgânica, porque as regras não são muito claras. Foi um desafio. Não é uma decisão fácil. Quem me conhece, sabe o quanto eu gosto de trabalhar. O quanto eu trabalho e tenho trabalhado com responsabilidade. Mas nesse momento a gente entende que a decisão mais correta é me dedicar à minha filha para que tudo corra bem”, avaliou.
Vereadora espera que seu caso sirva de exemplo para outras mulheres
Por fim, Indiara reforçou os agradecimentos e disse esperar que a atitude dela sirva de inspiração para que outras mulheres possam ocupar espaços na política. “Acredito que também é um simbolismo, essa situação. Também quero que isso sirva para inspirar outras mulheres para elas entenderem que é possível sim ser mãe, cuidar dos filhos, e estar na política e ser vereadora. Espero que seja a primeira recente de muitas que virão nos próximos anos para que a gente consiga aumentar a participação das mulheres na política”, concluiu.
Câmara vai avaliar prazo de convocação de suplente para a vaga da vereadora
Em nota encaminhada à Gazeta do Povo, a Câmara Municipal de Curitiba confirmou que vai aguardar o requerimento oficializando o pedido de licença-médica. A próxima etapa, informa a nota, será uma consulta da Mesa Diretora à Procuradoria Jurídica da casa, para verificar se haverá, ou não, a convocação imediata de suplente.
Segundo a Câmara, em casos de licença-médica o regimento interno diz que o suplente deve ser convocado após 120 dias de atestado. "O caso da vereadora Indiara é um pouco diferente, pois logo após a licença-médica ela irá sair de licença maternidade. Então o encaminhamento para a Projuris é para decidir se o suplente já não poderia entrar agora", informou a assessoria da casa.
Caso seja esse o entendimento, Rodrigo Marcial (NOVO) deve ser chamado para assumir a vaga de Indiara. O prazo para a troca pode levar de três semanas a um mês, dependendo do parecer da procuradoria. Marcial tem 28 anos, é advogado, empresário do ramo da saúde e professor de Ciências Econômicas e Jurídicas na FAE Business e na ESIC Internacional. Candidato a deputado federal pelo Novo nas Eleições 2022, teve 2.480 votos como vereador nas eleições de 2020.
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