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Calor foi atípico no inverno deste ano. | Lineu Filho/Lineu Filho /Tribuna do Parana
Calor foi atípico no inverno deste ano.| Foto: Lineu Filho/Lineu Filho /Tribuna do Parana

A última semana do inverno promete confirmar a impressão que o restante da estação deixou: de que foi a mais quente dos últimos anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura média do inverno paranaense está na casa dos 15,3° C, acima da média história de 14,2º C registrada pelo órgão no estado. É o inverno mais quente desde 2010, quando a média ficou em 15,9º C.

O aumento pode parecer pouco expressivo, mas o meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar, explica que alguns dias de temperaturas próximas a zero em julho e agosto contribuíram para “mascarar” o calor que os paranaenses vem sentindo. Em setembro, por exemplo, a média ficou em torno dos 20º C.

Só que, na prática, o que o paranaense vem encarando são dias bem mais quentes do que essas médias. Na última quinta-feira (14), por exemplo, Curitiba registrou 31º C — temperatura que se repetiu várias vezes ao longo deste mês. Em Antonina, no litoral do estado, os termômetros registraram 39,7º C, com sensação térmica de 43º C. E tudo isso em pleno inverno. Não por acaso, a venda de sorvetes disparou em vários locais em uma época em que o casaco sempre foi o campeão de vendas.

De onde vem esse calor

O aquecimento, de acordo com Jacobsen, é devido aos seguidos bloqueios atmosféricos formados por uma massa de ar mais quente que alterou o clima da capital na estação, já que o frio não consegue entrar no Paraná. “A massa mais seca se estabelece, impedindo o avanço da frente fria. Como atrás da frente sempre tem uma massa de ar polar, o ar frio não chegou também a Curitiba”, destacou. “Normalmente o intervalo de uma frente fria para outra é de uma semana no inverno. Desta vez, foi mais espaçado, com três ou quatro semanas entre elas — e muitas passaram despercebidas”.

Esse cenário fez também com que tivessemos uma estação bastante seca. Segundo o instituto de meteorologia, dos 86 dias de inverno, 72 deles não registraram nenhuma gota de precipitação na capital. Assim, com o céu limpo, o sol aquece com muito mais facilidade a superfície e faz com que a sensação de calor se intensifique.

Há pouco mais de uma semana do fim do inverno, a previsão do Simepar é de que a estação termine com dias de sol e temperaturas em alta. Assim, ao final da estação, é possível que este se torne o inverno mais quente do século XXI. Para o Simepar, a chuva só deve dar as caras em Curitiba por volta do dia 23, logo após o início da primavera. “É um sinal de que as coisas devem voltar ao normal”, aponta Jacobsen.

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