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Ivo, ao lado da esposa e das filhas Roberta e Fernanda: uma vida dedicada ao bairro italiano.
Ivo, ao lado da esposa e das filhas Roberta e Fernanda: uma vida dedicada ao bairro italiano.| Foto: Divulgação / Arquivo da família

Nascido no berço curitibano daqueles que vieram das terras de Leonardo Da Vinci e Michelangelo, Ivo Bonato fincou raízes ainda mais fundas na bela e Santa Felicidade. Filho de imigrantes italianos, João Bonato Filho e Olivia Bazani, seguiu a tradição e manteve a família por perto, a poucos metros de distância, em um grande terreno no bairro dos restaurantes. Ivo Bonato morreu aos 73 anos no dia 06 de abril.

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Desde cedo, perseguiu aquilo que desejava. No caso da esposa, Rosângela, a perseguição foi literal. Ele a observou e a paquerou por muito tempo quando passava de carro em frente a uma loja de roupas onde ela trabalhava. Um dia, ao vê-la pegar uma carona no fim do expediente, não pensou duas vezes: a seguiu até sua casa, onde aproveitou para pedir permissão ao pai da moça para conversar com ela. A família se formou em um dos terrenos que o Nonno Bonato mantinha em Santa Felicidade.

“Todo mundo sempre morava muito junto. Era a casa da minha nonna, a horta, a casa da minha madrinha, um bosque e a nossa casa. A vida inteira foi essa vida em família”, conta a filha Fernanda Cabral Bonato.

De garçom a empresário

Batalhador, estudou só até a quarta série e logo cedo começou a trabalhar em lojas e depois no Restaurante Iguaçu, como garçom. Decidido, juntou dinheiro e encontrou dois parceiros para se aventurar no negócio próprio. Abriram o restaurante Roda D’Água e em pouco tempo ele se tornou um dos principais pontos de encontro para casais que queriam um jantar dançante animado na cidade. Alguns anos depois abriu o Roda D’Água Frutos do Mar, mas o empreendimento durou pouco tempo.

Depois de praticamente uma vida dedicada ao restaurante, Bonato decidiu unir duas paixões, o empreendedorismo e os pássaros, ao abrir o Aviário Ucelli. “Foi por meio dos restaurantes e dos passarinhos que ele construiu a maior parte das amizades. Não era apenas o trabalho dele, era onde ele fez seus amigos”, relata a filha. Em seus últimos anos de vida, optou por encerrar as atividades e viver de aposentadoria.

Também em Santa Felicidade ele passava muitas horas dedicadas ao jogo da cacheta em um bar tradicional chamado Bocca Maledeta que reunia homens de todo o bairro. Era um espaço onde as memórias da colônia italiana da região eram reavivadas.

Além do amor por passarinhos, o principal prazer de Ivo era passar tempo com a família. Gostavam de fazer viagens nas férias acompanhados de dois outros casais e, apesar do sangue italiano nas veias, era apaixonado por fazer churrasco. Quando já lutava contra a doença nos últimos anos, ganhou a companhia da primeira netinha, Bruna, que alegra toda a casa com seu sorriso.

Deixa esposa, duas filhas e uma neta.

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