Padre Reginaldo Manzotti, e seus discos de ouro e platina.| Foto: Albari Rosa

“Se o artista precisa ir onde o povo está, o líder religioso precisa mais ainda”, diz o padre Reginaldo Mazotti. O padre mais pop de Curitiba vai gravar um DVD ao vivo nesta quarta (16), na casa de shows Live, com lotação esgotada.

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Quinto registro ao vivo da carreira do sacerdote cantor, o show terá a participação do DJ Alok e dos astros sertanejos Naiara Azevedo e Gustavo Mioto.

Neste projeto, batizado de Tempo de Inovar, o religioso busca mais do que nunca se conectar com o pop contemporâneo nacional.

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“Vai ser a produção mais inovadora, com um pezinho no sertanejo e bem antenada no som que faz a cabeça da geração mais jovem”, disse.

Ele diz que criou o conceito do show inspirado por seu ídolo, o Papa Francisco. “Tempo de inovar tem muito a ver com o Papa Francisco e o novo momento da igreja. Precisamos entender a linguagem para nos comunicarmos com os jovens. Se o jovem gosta de sofrência, música eletrônica e funk, vamos falar com eles na linguagem que eles entendem”, diz o padre.

A parede da fama do Padre Manzotti destaca o Papa Francisco. | Foto: Gazeta do Povo

Os números de sua carreira iniciada em 2003 são impressionantes. Em sua sala no Santuário de Nossa Senhora do Guadalupe, onde é pároco, uma das paredes está repleta de dos discos de ouro e platina que conquistou. Seus discos venderam 1,5 milhão de cópias. Os livros somam 5 milhões de exemplares vendidos.

Em um show em Fortaleza, o padre comandou uma multidão de quase 2 milhões de fãs.

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O padre Manzotti, porém, não se considera um cantor. “Não sou um cantor. Minha praia é a evangelização. A música faz parte desse trabalho como forma de levar a mensagem para mais pessoas. Mas é claro que eu gosto de cantar e fico cheio de adrenalina quando subo no palco”.

Manzotti nada contra a corrente no mercado fonográfico. No ano passado assinou com a gravadora Universal. Ainda lança CDs e DVDs em um tempo que o mercado de streaming domina o setor.

“Eu faço questão de lançar o produto físico em razão do perfil do meu público. Ainda que eu sinta que cada vez mais as pessoas estão migrando para as plataformas digitais. De certa forma, eu estou ajudando a alfabetizar digitalmente parte desse público”, disse.

A carreira de cantor surgiu por acaso quando o padre ainda liderava a paróquia de Pinhais nos anos 2000. “Não tinha a ideia de como era gravar um disco, o primeiro foi feito com empolgação. Depois eu percebi que se era esse o caminho, eu deveria me profissionalizar”.

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Hoje em dia, suas produções não ficam devendo nada aos dos grandes astros do pop. A carreira de cantor, no entanto, segue paralela à sua missão de sacerdote. Para ele há uma divisão clara nas duas atividades.

“Missa é missa. Show é show. A missa é um rito fantástico. Eu não quero, nem posso mexer na missa. Não se pode banalizar o divino”, afirma.

Infância

Reginaldo Manzotti nasceu em Paraíso do Norte, no Noroeste do Paraná. Ele conta que viveu uma infância feliz brincando com irmãos e primos na pacata cidade do noroeste do estado.

Ele reconhece, porém, que era encrenqueiro e bom de briga: vencia todas as lutas de telecatch que organizava com os amigos. Descobriu a vocação aos 12 anos. Ordenou-se em 1996. Em 2005, fundou a Associação Evangelizar é Preciso, em Curitiba.

A fama e a exposição o fazem objeto de assédio de políticos e partidos. Um assunto que o faz ficar mais sério do que seu jeito normal bem humorado.

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“A igreja tem vários segmentos de fé e política. Às vezes acham nós católicos não temos consciência política, mas temos sim. Bem como a iniciativa de apoiar bons católicos para que eles assumam cargos e façam a boa política”, disse.

Ele conta, porém que nunca será candidato e nem será visto pedindo votos para qualquer candidato.

“Nossa igreja não é de cabresto. Nós não somos de dizer vote em fulano, numero tal. Isso não é bom para ninguém. Você tem que dar elementos para a pessoa discernir e fazer a escolha Não quero ferir a liberdade de ninguém, mas me preocupo bastante com os temas da política e quero ver um país melhor”.