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Fenômeno deixou muitas embarcações encalhadas neste fim de semana | Robson Paiter/Agora Litoral
Fenômeno deixou muitas embarcações encalhadas neste fim de semana| Foto: Robson Paiter/Agora Litoral

Quase um mês desde o r ecuo do mar no litoral do paranaense, moradores e turistas viram as praias e baías do estado retrocederem mais uma vez neste final de semana, o que deixou muitos trapiches secos, atracadouros vazios e até mesmo algumas embarcações encalhadas. E, por mais impactante que seja ver o litoral nessa situação, especialistas explicam que o fenômeno não é motivo para preocupação.

Veja fotos do novo recuo do mar

Segundo o professor de Engenharia Ambiental da UFPR e Doutor em Engenharia Oceânica, Eduardo Gobbi, o evento é incomum, mas não significa que exista algo de errado. “Aconteceu algo atípico, mas é possível garantir é que não tem nada de mais. Estou muito surpreso e muito curioso, porque em 25 anos nunca tinha visto algo assim”, pontua.

Gobbi destaca que não existem motivos para a população se preocupar com fenômenos fora do comum, como tsunamis por exemplo. A baixa ainda maior dos últimos dias seria resultado da confluência de vários fatores, entre eles a maré baixa, em função da fase de lua cheia, além da zona de alta pressão que estacionou sobre o Oceano Atlântico há cerca de um mês. “Aparentemente, o mar não voltou. O centro de alta pressão está estabelecido desde aquela época e, como ele gira em sentido anti-horário, gera um vento sul sistemático. Essa constância dificulta o retorno ao normal”, aponta o professor.

O especialista destaca, no entanto, que as explicações sobre o caso são baseadas em hipóteses, formuladas a partir do conhecimento teórico sobre o comportamento do oceano. Para ele, faltam dados para que se tenha uma certeza maior. “Estou supondo, porque a gente não mede, não monitora. A falta de dados consistentes leva a essa situação de especulação”, reclamou.

Monitoramento

Por essa razão, ele conta que trabalha para começar um sistema que possibilite a coleta de tais dados, a fim de prever eventos futuros e ampliar o entendimento de fenômenos como o recuo da maré. O professor, que trabalha em parceria com o Simepar em diversos projetos, usa o instituto de meteorologia como exemplo a ser seguido, já que ampliou sua capacidade de entendimento e de previsão em relação ao tempo com a medição regular e a ampliação do monitoramento graças ao uso de satélites e sensores. “Vamos fazer um TCC para montar uma rede de medição de nível de mar. Medir o nível é simples, e nós não temos. Seria muito importante ter esse sistema operacional, porque as variáveis oceanográficas a gente não conhece, então ficamos muito sobre a teoria dos livros”, disse.

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