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Jaqueline de Andrade chegou a deixar a UTI, mas não resistiu a uma infecção generalizada. | RPC TV/
Jaqueline de Andrade chegou a deixar a UTI, mas não resistiu a uma infecção generalizada.| Foto: RPC TV/

A adolescente de 16 anos que salvou o irmão de um incêndio em janeiro na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba, morreu segunda-feira (18), no Hospital Evangélico Mackenzie. Jaqueline de Andrade teve 65% do corpo queimado ao entrar em casa para salvar o irmão Gabriel, de 4 anos, do incêndio na madrugada do dia 15 de janeiro. Jaqueline havia deixado a UTI 15 dias após ser internada, mas acabou não resistindo a uma infecção generalizada agravada pelas queimaduras.

Durante o incêndio, a adolescente e toda a família conseguiram sair da casa, menos Gabriel. Assim que percebeu a ausência do menino, o pai, Jair de Andrade, seguiu correndo em direção à casa, mas foi barrado pela filha mais velha.

“Ela que não deixou o pai entrar e entrou no lugar dele. Aí foi lá dentro, largou para gente o irmão e quando foi tentar sair pela janela não conseguia pular por causa da saia, que era muito justa. Então saiu em direção à cozinha, mas não tinha mais como sair e isso acabou queimando a frente do corpo dela”, detalhou a mãe, Dinair de Andrade, em entrevista à Gazeta em janeiro. “A Jaque voltou para tentar pular de novo a janela e o fogo queimou toda a parte de trás. Depois disso, a única coisa que lembro é dos gritos que ela dava. Um grito desesperado. Vi quando ela caiu da janela e depois disso eu desmaiei”, completou a mãe na entrevista logo após o incêndio.

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Jaqueline foi socorrida em estado grave e levada ao Hospital Evangélico Mackenzie, onde permaneceu internada até morrer. O pai também chegou a ser internado com ferimento na cabeça causado por um vidro que se estilhaçou com o calor do fogo.

Em entrevista à RPC TV logo após sair da UTI, Jaqueline disse que se precisasse faria tudo de novo para salvar o irmão. “É melhor chorar por essa dor do que chorar a vida inteira em cima de um túmulo”, afirmou. “Eu não pensei em mim. Pensei em salvar a vida do meu irmão”, prosseguiu na entrevista à TV.

Com o incêndio, a família perdeu a casa em que morava de favor. A residência estava sem energia elétrica há três meses. Para iluminar a casa, a família usava velas. O imóvel também estava com parte do telhado danificado por causa de uma queda de árvore uma semana antes do incêndio.

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