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Comunidade destruída após incêndio
Incêndio destruiu comunidade na Vila Corbélia, em dezembro de 2018, após morte de PM| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Parana

O acusado de matar o policial militar Erick Norio, 28 anos, na Vila Corbélia, na CIC, em dezembro do ano passado, vai a júri popular na tarde desta terça-feira (22), em Curitiba. Antônio Francisco dos Prazeres Ferreira, 33 anos, é apontado como o assassino do soldado, crime que teria desencadeado um incêndio de grandes proporções na vila e estaria ainda ligado à morte de três moradores da comunidade logo em seguida.

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Ferreira foi preso três dias depois da morte do policial e teria confessado o crime na delegacia - ponto que a defesa do réu deve contestar diante dos jurados. O suspeito chegou a se apresentar à polícia um dia após o assassinato do policial, em meio ao incêndio na Vila Corbélia, mas não ficou detido porque não havia mandado de prisão em aberto contra ele.

A morte do PM gerou uma situação de caos na CIC. No mesmo dia do crime, pelo menos 300 casas da comunidade, onde vivem muitos imigrantes haitianos, foram consumidas pelo fogo. A suspeita que o incêndio tenha sido provocado como vingança pelo assassinato do policial levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR) a investigar o caso e também os assassinatos dos três moradores da comunidade.

Um dos principais motivos para a abertura das investigações foi um vídeo que mostra dois policiais atirando a esmo contra casas da vila. No último trabalho investigativo do Gaeco sobre o caso que veio à público, em setembro passado, três policiais militares e um policial civil foram presos suspeitos de envolvimento nas situações desencadeadas com a morte do soldado Norio.

Julgamento

O julgamento desta segunda-feira leva para o Tribunal do Juri um réu já confesso - o que a defesa do réu disse ser um ponto frágil.

Segundo o advogado José Valdeci de Paula, Ferreira disse que teria sido pressionado a assumir a autoria do crime e que, no primeiro depoimento formal prestado à polícia, ele não teria sido ouvido ao lado de um advogado

"Vamos trabalhar com a negativa de autoria já que a prova colhida na delegacia está viciada porque ele não foi acompanhado por um advogado", contestou o advogado. "Ele diz que não sofreu agressão, mas violência psicológica. Disse que teria sido pressionado a falar", acrescentou o defensor.

O advogado informou que pretende questionar também o fato de a Polícia Militar ter dito que encontrou a identidade do réu na cena do crime. Na versão da esposa do réu, o documento teria sido pego de dentro da casa pelos próprios policiais. O terceiro elemento da defesa será a falta de um exame de resíduo de disparo, que seria capaz de comprovar se Ferreira teria mesmo disparado o tiro ou não.

A expectativa é de que o julgamento termine ainda nesta terça-feira.

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