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Rodrigo William Bernardo foi aplaudido pelos passageiros que aguardavam no terminal e viram sua atitude | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Rodrigo William Bernardo foi aplaudido pelos passageiros que aguardavam no terminal e viram sua atitude| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A força de vontade demonstrada por um cobrador de ônibus ao tentar devolver uma bolsa perdida emocionou passageiros no terminal de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Ao perceber o item esquecido dentro do coletivo no último dia 8 de outubro, o colaborador saiu pelo terminal gritando à procura do dono. Depois de algumas tentativas, ele devolveu a bolsa à proprietária, uma mulher que já estava chorando por ter perdido o objeto. A determinação do cobrador Rodrigo William Bernardo, 33 anos, foi tanta, que ele chegou a ser aplaudido pelos outros passageiros.

Bernardo trabalha como cobrador desde 2014 e estava vivendo um dia “daqueles” quando encontrou a bolsa. “A preocupação com vários problemas pessoais e financeiros fizeram com que eu passasse o dia todo bem abatido. Quem me conhece até percebeu que eu não estava bem”, relatou.

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No entanto, no momento em que fechava o caixa para encerrar o trabalho, ele percebeu que alguém havia esquecido a bolsa em um dos primeiros bancos do ônibus da linha Estados I. Nesse momento, ele pensou apenas nas dificuldades que o dono da mochila poderia ter se não a encontrasse. “Era uma bolsa grande e devia ter muita coisa que a pessoa iria precisar naquela tarde. Eu já perdi documentos, sei o transtorno que significava ter que fazer tudo de novo”, explica o porquê de tomar a iniciativa de procurar o dono.

A orientação da empresa Viação Nobel para casos como esse é que o cobrador apenas encaminhe o objeto até o setor de achados e perdidos do terminal. Mas Bernardo não fez isso. Imediatamente, ele segurou o item e saiu à procura do dono pelo terminal. “Normalmente, quem pega o nosso ônibus continua seu trajeto para Curitiba. Então, fui na plataforma da linha Fazenda (Direto), que segue para a capital sentido Pinheirinho”, explica.

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O cobrador trabalha desde 2014 na linha Estados I, da empresa Viação NobelAniele Nascimento/Gazeta do Povo

Ali, o cobrador deu um grito para chamar a atenção dos passageiros que aguardavam e perguntou se alguém havia esquecido uma bolsa no ônibus da linha Estados I. “Só que ninguém respondeu”, lembra.

Ao olhar ao redor, o cobrador percebeu que a plataforma do ligeirinho Fazenda/Curitiba também estava cheia. “Fui até lá e subi em uma barra de ferro para tentar chamar a atenção daquelas pessoas”, recorda. Do alto, deu mais um grito perguntando se alguém havia esquecido uma bolsa. “Na hora, apontaram para uma senhora que estava chorando. Ela tinha visto o ônibus sair e ficou desesperada”, disse.

Com dificuldade, o cobrador passou pelo meio das pessoas que se aglomeravam na plataforma e entregou a bolsa à passageira. “O interessante foi que, quando virei, as pessoas começaram a aplaudir”, emociona-se o cobrador, que saiu do local envergonhado por não ser acostumado a receber tanta atenção, mas com as energias renovadas. “Aquele reconhecimento mudou meu dia. Não por vaidade, mas por saber que eu tinha dado um pouco de tranquilidade àquela senhora. Isso trouxe de volta minhas forças e deveria ser algo frequente em todos os lugares”, relatou.

Outros objetos

Essa não é a primeira vez que o cobrador localiza o dono de algum objeto perdido. Em quatro anos de trabalho, ele já devolveu outros objetos como celular, mochila e guarda-chuva. “Também achei R$ 100 e saí perguntando de quem era até que uma pessoa me disse o valor que havia perdido e o local onde eu havia encontrado. Entreguei o dinheiro a ela”, recorda.

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