Veranistas prontos para descer a serra rumo às praias do Paraná e aproveitar a temporada de Verão, que começa oficialmente no sábado (23), não viajam sem pensar nos problemas que os esperam no Litoral. Acúmulo de lixo, falta de água, mar agitado e proliferação caótica de águas-vivas sempre rondam a tranquilidade de quem procura a região em busca de folga, sol e calor. Mas, desta vez, a promessa é de dias diferentes, com menos transtorno e mais diversão nas praias.
Veja as promessas que pretendem minimizar os problemas comuns desta época do ano:
Água 24 horas
“O risco de faltar água é só se tivermos problemas operacionais. Numa condição normal, não vai faltar água”, garante Mounir Chaowiche, diretor-presidente da Sanepar, companhia responsável pelo tratamento de água e abastecimento em Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. Segundo Chaowiche, a estrutura de captação, tratamento e reserva é considerada suficiente para a temporada e capaz de garantir torneiras operantes 24 horas por dia. Na temporada passada, Matinhos e Pontal do Paraná chegaram a ficar três dias com falhas no abastecimento por causa do rompimento de uma adutora. Problemas operacionais como este, no entanto, não estão descartados, já que são imprevisíveis. Outro alerta que pode secar as caixas d’água é a falta de energia. Mas vale a lembrança: promessa de água contínua não dá brechas para esbanjar.
Lixo
Embora a responsabilidade pela coleta de lixo seja exclusivamente dos municípios, um aporte de R$ 5,27 milhões do governo do estado deve ajudar a evitar sacolas acumuladas em frente às casas do Litoral – cena que se repete ano após ano. O dinheiro vai reforçar os investimentos dos municípios de Guaratuba, Matinhos, Pontal do Paraná, Antonina, Guaraqueçaba e Morretes nesta área. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) diz que, a cada ano, há melhorias nos serviços, mas reconhece o problema, apontado como casos pontuais que os técnicos procuram resolver rapidamente. A pasta ainda ressalta que trabalhos de suporte às cooperativas de recicladores são intensificados nesta época do ano para ajudar a aliviar o acúmulo.
Afogamentos
A temporada 2017/2018 já começou com muito trabalho para o Corpo de Bombeiros. Somente entre os dias 21 e 28 de dezembro, os guarda-vidas resgataram 195 pessoas nas praias do Paraná. Por isso, a corporação promete uma jornada de reforço a uma das orientações que consideram mais importante para evitar tragédias no mar: procurar locais seguros e sempre próximo a postos de guarda-vidas. Na temporada passada, durante todo o período da Operação Verão, os bombeiros fizeram 1.272 salvamentos e contabilizaram quatro mortes. Este ano, 493 profissionais vão ser distribuídos pelos 89 postos de guarda-vidas na orla paranaense para evitar números maiores. Além disso, pela primeira vez a temporada de verão terá reforço de guarda-vidas civis. Serão 34 profissionais formados ao longo do ano nas praias e que vão atuar ao lado de bombeiros militares nas praias de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná.
Águas -vivas
O surto de queimaduras por água-viva assustou banhistas no verão passado. Nos primeiros 40 dias da temporada, o Corpo de Bombeiros atendeu quase 26 mil incidentes provocados pela medusa – um aumento de 172% em relação ao mesmo período de 2015/2016. Ainda é cedo para saber se o problema pode se repetir esse ano, mas os bombeiros prometem também ficar atentos a estes casos. Para isso, a 1ª Regional de Saúde já garantiu 240 frascos de vinagre que serão divididos entre os postos. Em situações de queimaduras, a corporação orienta: esfregar com a mão ou jogar água doce no local só vai piorar . A recomendação é de aplicação imediata do vinagre para impedir que o veneno da água-viva continue entrando na pele da pessoa.
Balneabilidade
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já começou a monitorar as águas das praias do estado para a divulgação dos boletins de balneabilidade, que sairão sempre às sextas-feiras. Na prática, os boletins indicam quais dos pontos monitorados estão livres de contaminação. Este ano, serão 49 pontos de monitoramento no litoral: 13 em Guaratuba, 14 em Matinhos, 11 em Pontal do Paraná, seis na Ilha do Mel, três em Morretes e dois em Antonina. Para Mounir Chaowiche, diretor-presidente da Sanepar, o aumento da rede de coleta de esgoto nas cidades litorâneas vai ajudar a garantir uma temporada com menos volume de águas impróprias para banho. “Nós estamos caminhando para quase 100% do esgoto que é produzido no litoral ser coletado e tratado”. Até 2018, a expectativa é de 85% dos imóveis de Matinhos e Pontal do Paraná já estejam ligados a uma rede de esgoto comum. Em Guaratuba, esse índice já está em 90%.
Alagamentos
Basta uma chuva pouco mais forte — comum nesta época do ano — para o caos se instalar em muitas cidades do Litoral. Na temporada passada, foram vários os alagamentos nas ruas de cidades da região. Em um deles, pessoas tiveram de ser desalojadas. E nada impede que isso volte a acontecer.
Em Guaratuba, por exemplo, a prefeitura ressaltou que trabalha para evitar transtornos, mas que a própria geografia do município - a maior parte da área está no nível ou abaixo do nível do mar - dificulta o escoamento das águas da chuva. Por isso, a prefeitura disse ter trabalhado ao longo do ano na manutenção de uma rede de macro e microdrenagem que vai ajudar no escoamento. Além disso, convênio com o governo do estado vai permitir uma licitação para contratar pás-carregadeiras e caminhões que, somados a frota própria, vão ajudar na limpeza destes canais.
Em Antonina, a prefeitura disse que os trabalhos para minimizar os impactos da chuva fazem parte de um cronograma de retirada de material assoreado, desentupimento de esgotos e limpeza de valetas. Já em Matinhos, o governo municipal respondeu que, com a chegada do Verão, reforça o trabalho de limpeza das manilhas e bueiros e também o uso do hidrojateamento na área central da cidade.A administração de Pontal do Paraná não retornou.
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