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Movimento em shopping às vésperas do Natal de 2009: consumo é o segundo principal destino do 13º, após o pagamento de dívidas | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Movimento em shopping às vésperas do Natal de 2009: consumo é o segundo principal destino do 13º, após o pagamento de dívidas| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Opinião

O que fazer com o dinheiro extra? Escolha pelo número

Todo ano, mais ou menos nesta época, os jornais costumam publicar a informação de que o 13º salário irá "injetar" – expressão esquisita essa, como se o direito trabalhista fosse um corpo estranho aplicado no contribuinte para dar-lhe um ânimo extra; a Gazeta optou por não usar essa palavrinha – tantos bilhões de reais na economia nacional. É dinheiro esperado, com o qual o brasileiro conta para

1) colocar as contas em dia (o que pode incluir algum investimento) ou

2) esbaldar-se nas compras de Natal.

A escolha pela opção 1 ou pela 2 é decisão que se trava no íntimo do consumidor, à luz de suas necessidades e planos. À medida que as árvores de Natal começarem a aparecer nas lojas, entretanto, a publicidade deve começar a desempenhar seu papel tentador. Para resistir às promoções de fim de ano, uma ideia que costuma funcionar é ter pronto bem cedo um resumo realista de objetivos a serem cumpridos com esse dinheiro: quais compras, quais presentes, quanto para quitar ou amortizar outros compromissos, quanto para economizar. Com um projeto em mãos é mais fácil ser disciplinado.

Franco Iacomini, colunista de Finanças Pessoais

  • Valor total de pagamentos de 13° salário no Brasil cresceu 20%. Confira no gráfico

O pagamento do 13.º salário deve colocar R$ 5,44 bilhões em circulação na economia paranaense neste ano, o que representa um aumento de 21,61% em relação ao valor total do benefício em 2009. Esse crescimento é ligeiramente superior ao do total nacional, previsto em 20%, mas a média salarial do Paraná segue abaixo da brasileira. Os 4,5 milhões de beneficiários paranaenses recebem em média R$ 1.168,68, enquanto que em todo o país o valor é de R$ 1.310,96. As informações constam de estudo publicado ontem pelo Departa­mento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco­­nômicos (Dieese).

No Brasil inteiro, 74 milhões de pessoas devem receber o benefício, totalizando R$ 102 bilhões. O montante equivale a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país em um ano.

Sandro Silva, economista do Dieese-PR, pondera que, embora siga abaixo da média observada no conjunto de todos os estados, o salário – e consequentemente o 13.º – do paranaense cresceu em ritmo mais forte desde o ano passado, o que contribuiu para o crescimento maior do valor total do benefício. "A média salarial do Paraná avançou 16,66%, enquanto no Brasil o crescimento foi de 13,95%", informa.

O levantamento coloca o Paraná como o quinto estado que mais vai receber dinheiro de 13.º salário, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A importância do abono na economia do Paraná é um pouco menor que a vista em todo o território nacional – segundo o Dieese, o valor total repassado aos beneficiários representa 2,54% do PIB do estado.

Destino

O Dieese ainda não realizou o levantamento que revela como as pessoas pretendem gastar o dinheiro recebido. Historica­mente, os tipos de despesa apontados com mais frequência são, pela ordem: pagamento de dívidas, consumo, poupança e viagens. "Conforme previsões anteriores apontavam, é muito provável que tenhamos o melhor Natal dos últimos anos. O total de pagamentos de 13.º salário reflete o bom momento da economia. Influenciaram esse resultado prévio o crescimento do PIB e a consequente geração de empregos formais", explica Silva.

O 13.º salário é concedido a trabalhadores do mercado formal, incluindo empregados domésticos com carteira assinada, e a aposentados e pensionistas do INSS e da iniciativa pública federal e estadual.

Embora o levantamento tenha apontado crescimento vigoroso em relação a 2009, não é possível precisar se o valor total dos benefícios representa um recorde histórico. Além de a série do Dieese ter iniciado há poucos anos, mudanças na metodologia impedem uma comparação ano a ano mais aprofundada.

A instituição fez o levantamento a partir de uma série de outros dados, levando em conta a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Também foram considerados números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2009, e informações do Ministério da Previdência e Assistência Social e da Secretaria Nacional do Tesouro (STN).

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