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Trinta e quatro bancos vão integrar o pool para financiar a possível compra bilionária da produtora canadense de níquel Inco, vice-líder do segmento, pela Companhia Vale do Rio Doce, única com proposta pelo ativo, informou o diretor financeiro da Vale, Fábio Barbosa.

Segundo ele, o interesse por participação no pool fez com que os recursos oferecidos à Vale atingissem US$ 34 bilhões e que nenhuma das instituições ficasse com a cota total entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão inicialmente ofertada pela empresa.

A Vale vai sacar, no entanto, apenas o equivalente à compra, "entre US$ 17,5 bilhões e US$ 18 bilhões" - segundo o diretor.

- O banco que levou mais levou US$ 800 milhões - informou Barbosa à agência Reuters às vésperas de fechar a maior aquisição da história da gigante mundial de minério de ferro.

A Vale do Rio Doce é a maior companhia diversificada de mineração das Américas e uma das quatro maiores empresas do setor de mineração no mundo, com valor de mercado de aproximadamente US$ 50 bilhões.

A empresa também produz cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, entre outros produtos, e com a compra da Inco torna-se importante player no segmento de níquel.

A oferta consiste em 86 dólares canadenses por ação da canadense, em dinheiro, para 100% do capital da Inco, estimado por Barbosa "em mais de 213 milhões de ações".

A oferta da mineradora brasileira é válida até 21h (horário de Brasília) do dia 16 de outubro, mesmo dia em que os principais executivos da companhia, como Barbosa, estarão na Bolsa de Valores de Nova York para o "CVRD Day". Segundo a companhia, a comemoração na NYSE é anual e a data "foi uma coincidência".

Muito crédito

O financiamento dos bancos funcionará como um empréstimo- ponte se a compra for concluída, com prazo de dois anos, que posteriormente será alongado por um prazo médio de sete anos, explicou o diretor, mantendo o perfil de endividamento da companhia.

- A grande demanda pelos bancos mostrou que há muito crédito disponível pelo reconhecimento do nosso fluxo de caixa e do balanço financeiro - avaliou.

A oferta dos bancos e a perspectiva de uma estrutura de finaciamento de prazo maior para a compra da Inco foram fundamentais, na visão de Barbosa, para a manutenção da empresa no grau de investimento pelas agências de classificação de risco, conforme anúncios feitos por S&P e Moody's na segunda-feira.

- As agências de rating endossaram a percepção do mercado... mesmo se comprarmos a Inco, a Vale vai permanecer como grau de investimento, isso é muito importante para nós", afirmou.

Na ocasião do anúncio da possível compra da Inco, em 11 de agosto, o próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, havia reconhecido a possibilidade do rebaixamento da empresa pelas agências, devido ao inevitável aumento do endividamento.

Na segunda-feira, no entanto, a S&P informou que a Vale poderá cair da atual posição de BBB+ para BBB

Pela Moody's, a mineradora brasileira deixou de ser elevada para BAA2, do grau BAA3 atual, por conta do anúncio do interesse na Inco, mas a agência afirmou que também poderá manter o grau de investimento da mineradora mesmo com a aquisição.

- Mostramos às agências que vamos acessar diferentes mercados em diferentes países para alongar a dívida a um prazo médio como temos hoje, de sete anos", explicou Barbosa.

A companhia já concluiu o empréstimo sindicalizado, liderado por quatro bancos estrangeiros --Credit Suisse, UBS, ABN Amro e Santander-- e aguarda apenas a liberação por autoridades canadenses para fechar o negócio, o que deve acontecer até a próxima segunda-feira.

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